Coronavirus derruba MWC e cancela maior evento de 5G do ano

Organizadora do evento, a GSMA, disse que realização se tornou insustentável após a crescente preocupação com o surto de novo-coronavírus.

A GSMA, associação global da indústria móvel e responsável por organizar o Mobile World Congress, acaba de comunicar o cancelamento da feira. O evento aconteceria na cidade catalã de Barcelona, Espanha, entre 24 e 27 de fevereiro. Mas o surto do novo coronavírus 2019-nCoV fez inúmeros expositores e frequentadores cancelarem a participação nas últimas duas semanas.

“A GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020 por causa das preocupações com o surto de coronavirus”, diz comunicado emitido às 16h10 pela entidade.

Segundo a organização, a preocupação com o contágio em função da reunião de muitos viajantes “entre outras circunstâncias” tornaram “impossível” manter o evento no calendário deste ano.

A associação afirma ainda que a cidade de Barcelona respeita e compreende a decisão. Segundo o site Wired, havia forte pressão da GSMA para que as autoridades declarassem estado de emergência, mas as autoridades municipais e espanholas se recusavam diante do peso econômico do evento para o turismo local.

A nota ressalta que a decisão é de cancelamento, e não adiamento. Lembra que, em 2021, haverá nova edição em Barcelona mesmo. “Nossa solidariedade nesta hora a todos os afetados na China e ao redor do mundo”, conclui a nota, assinada por John Hoffman, CEO da GSMA.

Viajantes à mercê

O último relatório da Organização Mundial de Saúde apontava que um forte vetor de disseminação do vírus são locais onde se reúnem viajantes internacionais, como aeroportos. Em 10 de fevereiro, por exemplo, a maior parte dos casos identificados fora da China foi de pessoas que recentemente utilizaram alguma forma de transporte internacional.

Os casos que afligem pessoas que passaram por viagem internacional, mas não estiveram na China, crescem sem parar desde 5 de fevereiro. Ainda assim, a OMS não emitiu nenhum alerta ou recomendação específicos para viajantes, a não ser procurar assistência médica caso os sintomas da doença (febre e problemas de respiração) apareçam. Ontem 11 de fevereiro, havia no mundo 43.103 casos confirmados de infecção no mundo. A imensa maioria, 42.708, restritos à China.

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Rafael Bucco

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