Brisanet quer leilão dos 700 MHz no início de 2025 com redução de obrigações

Para CEO, licitação não deve ter os mesmos compromissos de cobertura em rodovias do certame anterior; faixa deve ajudar no adensamento de cidades, sobretudo no Centro-Oeste
Brisanet defende leilão dos 700 MHz no início de 2025 e com menos obrigações
José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet; empresa quer menos obrigações no leilão dos 700 MHz (crédito: Reprodução)

O CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira, defendeu a realização do leilão da faixa de 700 MHz no início de 2025, mas em moldes distintos da licitação anterior. Para o executivo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) precisa rever os compromissos de cobertura, sobretudo os referentes à disponibilização de sinal de telefonia celular em rodovias.

“A nossa expectativa é que venha com um número bem menor de compromisso de cobertura”, afirmou Nogueira, em conferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre deste ano, nesta quinta-feira, 15. “A agência precisa buscar uma nova avaliação do leilão dos 700 MHz que seja compatível com a importância da frequência. A cobertura de rodovias precisa ser bem menor”, frisou.

Em julho, a operadora recebeu autorização para usar a faixa, em caráter secundário, em 200 cidades do Nordeste e 201 do Centro-Oeste pelos próximos três anos. A empresa tem 18 meses para ocupar a frequência. Do contrário, a outorga será extinta.

Interessada no uso primário da faixa, a Brisanet prefere que o leilão ocorra logo no início do ano que vem – a Anatel tem prazo até dezembro de 2025 para publicação do edital –, ou que seja adiado para 2027.

“Não tem lógica sair no final de 2025. Quem participar do leilão no início do ano e tiver resultado positivo vai investir de forma mais acelerada. Se for só no final de 2025, a Brisanet não vai investir de forma acelerada, mas com cautela, para adensamento de cidades como plano B”, disse Nogueira.

O executivo ainda pontuou que, caso a operadora não ganhe o leilão, seguirá fazendo o adensamento com as faixas que detém atualmente. No Nordeste, a operadora tem ativado o 5G na frequência de 2,3 GHz, complementando a cobertura com os 3,5 GHz em áreas mais populosas.

5G no Centro-Oeste

No Centro-Oeste, onde ainda não ativou o serviço celular, a empresa pode usar, em caráter primário, somente a faixa de 3,5 GHz. Por isso, a faixa de 700 MHz, que permite propagar sinal 4G, tem uma importância maior para a empresa nessa parte do País.

“Se os 700 MHz vierem, será para diminuir o investimento. Se não vierem, continuamos com o mesmo investimento planejado”, explicou o CEO.

Nogueira ainda destacou que o projeto do 5G da Brisanet no Centro-Oeste, que será posto em prática por meio de parcerias, “continua o mesmo”. Ele lembrou que os compromissos de cobertura de cidades, definidos no leilão do 5G, vão ser cobrados apenas no fim de 2026.

“Estamos há dois anos planejando. No ano que vem, devemos consolidar essas parcerias no Centro-Oeste. Não vai ficar para o último minuto do segundo tempo. Vamos chegar em cidades do interior antes da concorrência”, assegurou o executivo.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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