Brasil integra recém-criado Conselho de Resiliência de Cabos Submarinos da UIT

O Conselho Internacional para a Resiliência dos Cabos Submarinos da UIT tem participação de Gustavo Borges, superintendente da Anatel, e de empresas como Google e Telxius (Telefónica)

(crédito: Reprodução)

O Brasil está representado em um recém-criado grupo que vai se debruçar sobre boas práticas de proteção de cabos submarinos no mundo. Assumiu um assento no Conselho Internacional de Resiliência de Cabos Submarinos da UIT, braço da ONU para telecomunicações, o superintendente executivo da Anatel, Gustavo Santana Borges no último dia 2 de novembro. O mandato é de dois anos.

O grupo consultivo vai trabalhar com a relevância das infraestruturas subaquáticas na resiliência das redes globais digitais. Foi criado a partir de parceria com o Comitê Internacional de Proteção de Cabos (ICPC), mesmo organismo que analisou os riscos da construção de uma usina de dessalinização da Praia do Futuro, em Fortaleza (CE) – que terminou com projeto alterado e levou o governo a começar desenvolver uma regra de proteção das zonas com infraestruturas críticas.

O Conselho é presidido conjuntamente por H.E. Minister Bosun Tijani, ministro das Telecomunicações da Nigéria, e Sandra Maximiano, presidente do conselho diretor da agência reguladora do setor em Portugal, a Anacom. O grupo tem 40 integrantes, tanto de governos, como do setor privado e de agências vinculadas à ONU. Entre empresas, há gente de Google, Angola Cables, China Telecom, NEC, Telxius (do grupo Telefónica).

A criação do Conselho Internacional de Resiliência de Cabos Submarinos pela UIT se deve à importância das infraestruturas submersas. Segundo dados do ICPC, em 2023 houve mais de 200 reparos em cabos submarinos danificados ou rompidos, o que significa mais de 3 por semana, resultando em instabilidade da internet em vários locais do mundo. A UIT calcula que 99% do tráfego digital mundial passa pelos cabos submarinos, o que por si só justifica o esforço em protegê-los.

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade de Brasília (UnB) e especializado em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), Gustavo Santana Borges iniciou carreira na Brasil Telecom, depois fundida à Oi, onde esteve até 2009. Servidor de carreira na Anatel há 15 anos, ocupou de 2020 a 2024 a função de Superintendente de Controle de Obrigações (SCO).

Ali, Borges foi responsável por todo o processo de controle da agência (Processos Sancionatórios, Termos de Ajustamento de Conduta – TAC, Obrigações de Fazer). E acompanhar temas específicos como segurança cibernética; gestão de riscos de infraestruturas críticas; reação a crises; alertas de emergência à população em áreas de risco; combate a fraudes que envolvam os serviços de telefonia; obrigações de implementação do 5G; obrigações dos contratos de concessão setoriais, como bens reversíveis e continuidade; a qualidade dos serviços de telecomunicações; entre outros. Em outubro de 2024 passou a exercer a função de Superintendente Executivo da agência.

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Rafael Bucco

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