Brasil enfrenta desafio de construir e manter ecossistema de aplicações para o campo
A conectividade rural é a base de uma revolução tecnológica que vai alterar a forma como o agricultor produz. Mas depende do surgimento de aplicações que resultem na eficiência e ganhos de produtividade que justifiquem investimentos. E construir um ecossistema robusto de desenvolvedores de aplicações é hoje um dos principais gargalos para o uso das tecnologias de informação e comunicação no campo, segundo Marcelo Motta, diretor de cibersegurança e soluções na Huawei Global.
Durante painel do Agrotic 2021, evento realizado pelo Tele.Síntese, Motta destacou que enquanto há fornecedores habilitados para levar conectividade ao campo, há ainda falta de empresas que desenvolvam aplicações de olho nas especificidades da agropecuária brasileira.
“Existem vastos desafios na criação desse ecossistema. A gente fornece conectividade. Mas quem vai desenvolver essas aplicações é quem faz uso da conectividade localmente”, destacou.
Ele lembrou que há escassez de mão de obra de técnicos de telecomunicações habilitados para instalar fibra óptica em estados no Norte e Nordeste do país. E disse que o gap de desenvolvedores de aplicações para o campo, que exige conhecimento ainda mais aprofundado das TICs, é ainda maior.
Segundo ele, é importante incentivar o desenvolvimento de empresas que produzam tecnologia localmente. “O ecossistema é estabelecido localmente, mas beneficia não só o agricultor local e resulta em experiências que podem ser exportadas”, ressaltou.
Motta também entrou na questão das economias geradas pelo uso de TICs nas fazendas. Citou casos de implementação de soluções pela Huawei na China e na Suíça, onde foram obtidos resultados como economia de 90% nos gastos com herbicidas e fungicidas, de 10% no uso de fertilizantes e redução do consumo de sementes e água de até 30%.
TIM fez marketplace para incentivar o ecossistema de desenvolvedores
Alexandre Dal Forno, head de marketing corporativo e IoT da TIM Brasil, frisou que a operadora vem incentivando desde o ano passado a criação desse ecossistema, juntamente com a associação ConectarAGRO. “Em relação às soluções, temos marketplace lançado ano passado, com produtos de startups. A Agrosmart é uma empresa que ganhou o mundo com suas soluções e é nosso parceiro”, destacou.
Atualmente, afirmou, a TIM cobre com LTE (4G) mais de 6 milhões de hectares. O modelo de negócio é baseado na construção de redes móveis públicas, para acesso não apenas do produtos rural, mas das populações que vivem nas áreas do entorno das fazendas atendidas.