Banda larga fixa via 5G vai gerar receita de US$ 2,5 bi em 2023
A oferta de banda larga fixa via 5G ainda é incipiente no mundo – e parece ainda mais distante da realidade do brasileiro devido ao alto preço dos equipamentos. Mas o mercado segue promissor, segundo análise da consultoria Juniper Research divulgada hoje, 20.
A empresa lançou relatório sobre o tema e aponta que o FWA (de Fixed Wireless Access) vai gerar US$ 2,5 bilhões em receitas para as operadoras mundo afora em 2023. É uma fração pequena do mercado de telefonia móvel, mas ainda assim, representa crescimento de 480% em relação a este ano de 2022, quando a receita estimada será de US$ 515 milhões.
A estimativa de crescimento até 2027 também impressiona. Daqui a cinco anos, o FWA vai gerar receitas de US$ 24 bilhões às operadoras do mundo. O maior faturamento virá do varejo, com 96% dos pagantes da tecnologia sendo consumidores finais.
A Juniper reconhece que o FWA 5G pode não ser atrativo por si só em meio à competição proporcionada por fibra óptica, e sugere que as operadoras tracem estratégias que já se vê na telefonia móvel, compondo pacotes com serviços de streaming de vídeo, games e segurança doméstica.
Elisha Sudlow-Poole, a pesquisadora que assina o estudo, diz que a entrega do FWA é uma alternativa atraente para as operadoras aumentarem o retorno sobre o investimento despejado na construção das redes 5G. Segundo ela, para o consumidor final, a tecnologia tem desempenho equiparável à fibra. O desafio, portanto, recai sobre tornar o modelo de negócio rentável.
Ela também defende o uso do FWA como item essencial na entrega de redes privativas. O 5G por si só dá lugar com muitas vantagens sobre o 4G no chão de fábrica, diz. E o FWA traz ainda mais opções para uso com manufatura inteligente, em portos, em aeroportos, onde pode ser comercializado como última milha para pessoas e objetos que passam por ali.
Poole enfatiza que FWA e fibra não são concorrentes, mas tecnologias complementares, e as operadoras não devem investir num em detrimento do outro, mas abraçar a ambos para “maximizar o desempenho da rede e o retorno sobre o investimento”.
No Brasil, as operadoras ainda não oferecem serviços em FWA. A expectativa é de que planos do tipo sejam lançados em 2023, a partir do início da comercialização de CPEs – os equipamentos instalados nas casas dos clientes – mais baratos. A Intelbras, em parceria com a Qualcomm, desenvolveu um produto do tipo que promete custar menos que os CPEs importados. A previsão de lançamento é outubro.