Aumentos de preços dos serviços móveis devem puxar resultados de Vivo e TIM no 2º trimestre, projeta Santander

Analistas do banco apontam que política de reajuste de preços foi implementada de forma exitosa pelas operadoras; estimativa prevê “sólido crescimento” das receitas
Projeção do Santander avalia de forma positiva os aumentos de preços de TIM e Vivo
TIM e Vivo implementaram aumentos de preços de forma exitosa, diz Santander (crédito: Freepik)

Os recentes aumentos de preços dos planos de banda larga móvel promovidos por Vivo e TIM devem impactar positivamente os resultados financeiros das companhias no segundo trimestre deste ano, estimam analistas do Santander.

Em relatório sobre o setor de telecomunicações, o banco ressalta que a política de reajuste das tarifas foi aplicada de forma exitosa pelas empresas. Com isso, a expectativa é de que as receitas tenham “sólido crescimento” acima da inflação e as margens EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atinjam níveis “saudáveis”.

“As boas tendências de crescimento da receita devem ser impulsionadas principalmente pelo segmento móvel, em nossa opinião, já que as operadoras continuam implementando aumentos de preços consideráveis (aproximadamente 10%) para suas bases de clientes de controle e pós-pagos”, diz trecho do relatório.

Os analisas também indicam que os resultados obtidos no período de abril a junho devem ser beneficiados pelo fim do contrato de migração de serviço com a Oi, o qual previa a transferência da base móvel de clientes da Oi para as rivais TIM, Vivo e Claro.

Vivo

Segundo a projeção do Santander, a Vivo deve reportar receita líquida de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Percentualmente, o segmento móvel deve crescer ainda mais (9,5%), totalizando R$ 8,12 bilhões.

“Em nossa opinião, esse forte desempenho será resultado da implementação bem-sucedida dos reajustes de preços (a partir de maio), aliada a uma sólida adição líquida de assinantes (conforme observado nos dados mensais da Anatel)”, destaca a instituição financeira.

No caso dos serviços fixos, a estimativa é de alta de 2,9%, o que indica desaceleração em relação ao avanço do primeiro trimestre (3,5%).

O relatório indica que o EBTIDA ajustado deve chegar a R$ 4,9 bilhões, com alta de 8% na comparação anual. A margem deve ficar em 38,9%, ou seja, 0,2 ponto percentual superior ao segundo trimestre de 2022 (38,7%). Ainda na comparação anual, o lucro líquido deve crescer 12%, totalizando R$ 835 milhões.

TIM

A receita líquida da TIM deve somar R$ 5,8 bilhões no segundo trimestre, conforme projeção do Santander. A alta estimada, portanto, é de 8,8% na comparação com o mesmo período de 2022. O relatório pontua que, ao levar em conta a contribuição de um mês da Oi, o avanço orgânico do faturamento líquido da TIM deve ficar em torno de 5%.

A estimativa indica que a receita líquida do segmento móvel deve crescer 9% (ou 5%, organicamente). A expectativa é de que o resultado seja “impulsionado principalmente pelos aumentos de preços em abril e maio”. A expansão dos serviços fixos deve chegar a 6,6%.

Para os indicadores de rentabilidade, a projeção é de EBTIDA ajustado de R$ 2,8 bilhões, o que implica crescimento de 14%. Auxiliada pelo término do contrato de migração com a Oi, a margem EBTIDA deve alcançar 48,5%, avançando 2,2 pontos percentuais na comparação com o segundo trimestre do ano passado (46,3%).

O lucro líquido, por sua vez, deve somar R$ 593 milhões, ganho 89,6% superior ao apurado no mesmo período de 2022.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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