Apesar de queda na receita, Vivo eleva o lucro líquido em 25,5% no trimestre

Resultado tem reflexos da pandemia de Covid-19, redução de investimentos e de tributos pagos no período. Receitas com telefonia móvel ficaram estáveis, enquanto no fixo houve queda devido à estratégia da operadora de sair do mercado de TV por satélite e não incentivar vendas de telefonia fixa e banda larga baseadas em cobre.

A Telefônica Brasil (Vivo) divulgou na noite desta terça-feira, 27, os resultados financeiros do terceiro trimestre. Em relação ao mesmo período de 2019, a operadora registrou queda de 2,3% nas receitas, que somaram R$ 10,79 bilhões. Houve, no entanto, aumento de 25,5% dos lucro líquido, que atingiu R$ 1,21 bilhão.

O desempenho se deve à redução de custos operacionais, por desaceleração dos investimentos (Capex) e menor despesa com tributos. O Capex foi reduzido em 11,3% na comparação ano a ano, para R$ 2,44 bilhões. a dívida líquida atingiu R$ 4.281 milhões ao final do período.

As receitas da telefonia móvel ficaram estáveis em R$ 7,16 bilhões. Já a receita de serviços fixos caiu 6,6%, para R$ 3,62 bilhões. Segundo a companhia, os números são resultantes da queda nas vendas de TV por assinatura e de serviços legados, segmento que a tele admite já não ter interesse. No móvel, a estabilidade se deveu ao menos uso do celular com mais gente confinada em casa devido à pandemia de Covid-19.

Nos segmentos que importa, diz a Telefônica Brasil, houve crescimento. Em número de acessos, a companhia cresceu 3,9% no móvel, atingindo 76,71 milhões de assinantes. Destes, 43,96 milhões no pós-pago (alta de 3,9%), 32,75 milhões no pré (também alta de 3,9%) e 10,27 milhões no M2M (alta de 8,4%).

A receita média por usuário móvel no pós-pago caiu 3,4%, para R$ 50,6. No pré, cresceu 5,3%, para R$ 13,4.

Fixo

O negócio fixo do grupo, formado por banda larga fixa, telefonia fixa e TV por assinatura, registrou retração em número de clientes no trimestre. Houve encolhimento de 14,5% da base, que passou a ter 17 milhões de acessos.

Segundo a operadora, o motivo reside no desligamento registrado em serviços legados (cobre e TV por satélite – DTH). No que não é legado, houve crescimento. Os acessos em fibra aumentaram 34,2%, para 3,13 milhões, e a IPTV cresceu 25,5%, par 855 mil clientes.

“Os acessos de Voz totalizaram 9.348 mil no 3T20, uma redução de 17,9% quando comparados ao mesmo
período do ano anterior, principalmente em função da substituição fixo-móvel e da migração do uso de voz
para dados”, relatou a companhia sobre o telefone tradicional.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do terceiro trimestre foi de R$ 4.322 milhões, uma redução de 4,8% em relação ao mesmo período no ano anterior, refletindo a menor atividade comercial do período em função da pandemia do Covid-19, parcialmente compensada pela redução de custos.

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Rafael Bucco

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