Anatel e Aneel lançam no segundo semestre nova proposta para o compartilhamento dos postes

Devido ao ingresso da 5G, as duas agências correm contra o tempo para definir as novas regras de compartilhamento. Irão prever a limpeza dos postes, normas que impeçam o retrocesso e novas formas de precificação. A tarifação do ponto de fixação não está descartada.
Caio Alves, assessor da Diretoria da Aneel, conclamou os pequenos provedores a se manifestar na consulta pública

Contagem  – A agência que regula o mercado de energia elétrica, a Aneel,  e a Anatel , de telecom, pretendem lançar, em outubro ou novembro deste ano,  consulta pública com a nova proposta para o compartilhamento da infraestrutura entre os dois setores. Segundo Caio  José de Oliveira Alvess, assessor da diretoria da Aneel,  e Fábio Casotti, gerente de Monitoramento das Relações entre Prestadoras da Anatel, a intenção, com essa consulta, é ouvir o mercado sobre o novo modelo de regulamentação para a ocupação dos postes em todo o país.

”  Precismos ouvir do mercado sobre a questão do preço. Hoje, ele é um preço de referência, que, corrigido está valendo R$ 4,13 por ponto. Estudamos quatro alternativas – a manutenção do preço de referência; deixar de estabelecer o preço e a Aneel passar a exigir transparência nos contratos;  a Aneel passa a homologar apenas as condições gerais de contratação com cláusulas mínimas sobre preço, ou, então, a decisão de tarifar esse ativo,  e não mais estabelecer  preço de referência”, elencou Alves.

Segundo o técnico da Aneel, o preço é o maior motivador dos recursos que são endereçados à Comissão de Arbitragem criada pelas duas agências. “Em 2018, dos 168 processos, 92% referiam-se aos preços”, afirmou ele.

Fabio Casotti, da Anatel, defende o diálogo entre os dois segmentos produtivos

Resolver o passivo

Mas conforme Fabio Cassotti, gerente de Monitoramento das Relações entre Prestadores da Anatel, o debate entre as duas agência não se restringe ao preço, mas também a regularização dos ativos.

” Precisamos tratar o passivo e ter regras que impeçam o retrocesso. A capacidade dos postes é finita. Não dá mais para fazer a mesma ocupação, como ocorre hoje”, afirmou ele.

Segundo Cassotti, não deverá haver um único preço de referência para todo o país. ” É preciso manter a eficiência, a racionalidade, e eventual orientação do preço a custos”, assinalou  Cassotti.

Os dois reguladores participam do Encontro Provedores Regionais, promovido pela Bit Social, com apoio de ESPN, Furukawa Eletric, Padtec, Ativa Telecom, Cablena, Dura-Line, G8, Multilaser, Nextest, Previsa, Pro Eletronic, Raísecom, Sicoob, Vitale, Voluy, Wdc.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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