Anatel convoca nova reunião extraordinária para decidir futuro da Oi Móvel

Reunião extraordinária foi marcada menos de 3 horas após o conselheiro Vicente de Aquino pedir vista do processo
Anatel convoca nova reunião extraordinária para decidir futuro da Oi Móvel
Crédito: Freepik

Horas depois de o Conselho Diretor da Anatel conceder vistas a Vicente de Aquino do processo de venda da Oi Móvel às operadoras Claro, TIM e Vivo, o conselheiro solicitou a realização de nova reunião extraordinária para segunda-feira, 31, às 16h.

Na pauta da nova sessão, a anuência prévia da venda e do acordo de compartilhamento de infraestrutura que precisa ser selado com o negócio a fim de garantir o atendimento dos clientes da Oi.

Durante a reunião extraordinária ocorrida nesta sexta-feira, 28, Aquino falou que desejava analisar a fundo o processo de venda da Oi Móvel, pois ele mesmo estava com outro relacionado ao Grupo Oi: o da venda do controle da V.tal a fundos do BTG, Globenet e ao fundo soberano de Singapura GIC.

O relator do assunto, Emmanoel Campelo, propôs a aprovação da venda da Oi Móvel, e acrescentou à proposta da área técnica obrigações relacionadas ao consumidor. Além da Anatel, o Cade também precisará se pronunciar sobre a venda, o que deve acontecer em reunião no dia 9 de fevereiro.

Oscilação das ações

O pedido de vista de Aquino gerou reação imediata no mercado acionário, levando as ações da Oi a devolverem parte dos ganhos obtidos ao longo desta semana, em que subiram mais de 12%. Antes da divulgação às 13h05 da pauta da reunião extraordinária de segunda, os papéis ordinários (OIBR3) da companhia caíam mais de 5%. O mesmo aconteceu com os papeis preferenciais (OIBR4).

Investidores e executivos das operadoras têm pressa. Em especial, da própria Oi. A venda é fundamental para reforçar o caixa, que vem encolhendo mês a mês, da companhia. Em novembro passado, o grupo tinha R$ 2,6 bilhões em reservas e mantinha a trajetória de prejuízos acumulados.

Em 2021, a Justiça determinou que a recuperação judicial da Oi fosse até março de 2022. Uma vez fora da recuperação judicial, a companhia terá de arcar com novas cobranças de alta monta, inclusive da própria Anatel. Por exemplo, as contas de ônus contratual, da ordem de R$ 84 milhões, e do Fistel, acima de R$ 370 milhões, chegam no final de abril e de março, respectivamente.

Após a divulgação da convocação de reunião já para segunda, a tendência de queda dos papéis se inverteu. As ações OIBR3 encerraram o dia em alta de 2,97%, e as OIBR4 em alta de 0,61%.

[A agência alterou o horário da reunião para as 16h após a publicação deste texto]

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Rafael Bucco

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