Algar Telecom volta a crescer no B2B e atinge margem EBITDA ajustada de 40,6% no 1º tri

Após reestruturação iniciada em 2024, companhia melhora margens, reduz despesas operacionais e registra alta de 3,2% na receita líquida, embora juros e depreciações ainda afetem resultados.

A Algar Telecom encerrou o primeiro trimestre de 2025 com sinais concretos de recuperação financeira, após um processo de reestruturação iniciado no segundo semestre do ano passado. A operadora registrou receita líquida de R$ 721 milhões no período, um crescimento de 3,2% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O avanço foi impulsionado principalmente pelo segmento B2C, que cresceu 7,9%, enquanto o B2Bfoco estratégico da companhia — voltou a crescer 1% após dois anos de estagnação.

Luiz Alexandre Garcia
Luiz Alexandre Garcia, CEO da Algar Telecom

Segundo Luiz Alexandre Garcia, CEO da empresa, os resultados refletem a nova orientação do grupo. Ele destacou ainda que a área de engenharia agora está a serviço do cliente, numa lógica em que tecnologia e eficiência devem reforçar o relacionamento. “A nossa estratégia está funcionando. Temos uma empresa com direcionamentos bem claros. O nosso propósito é gente servindo gente, com o cliente no centro. Queremos ser uma empresa admirada nos setores em que atuamos. E essa admiração vem do relacionamento”, acrescentou.

A margem EBITDA ajustada no período foi de 40,6%, uma alta de mais de 5 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, que havia sido beneficiado por receitas extraordinárias com a venda de ativos — como o desmantelamento da rede de cobre e a contabilização de parte do cabo Monet. Em 2025, o resultado é totalmente operacional.

Aqui a gente tem uma melhora bastante significativa de performance. O resultado desse ano é 100% operacional”, afirmou Gustavo Matsumoto, CFO da companhia. A geração de caixa operacional cresceu 11% ano contra ano, e o OPEX foi reduzido em 6%. “O CAPEX sobre receita líquida ficou abaixo de 17%, o que está alinhado ao nosso plano de turnaround e à disciplina de alocação de capital”, explicou.

Apesar da melhora operacional, a companhia ainda fechou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 89 milhões, impactado por despesas financeiras e aumento na depreciação. Esta subiu para R$ 239 milhões, frente a R$ 192 milhões no mesmo período de 2024. A revisão da vida útil de ativos, incluindo redes de acesso e infraestrutura legada, foi apontada como causa principal. As despesas financeiras também cresceram, somando R$ 140 milhões, impactadas por alta de juros.

Matsumoto avaliou que a retomada da margem EBITDA acima de 40% e o controle de capital são os principais destaques do trimestre. “São dois KPIs que nos incentivam a continuar essa trajetória evolutiva: a margem operacional e a geração de caixa”, disse.

Segundo Garcia, a Algar Telecom vem priorizando o uso intensivo de ativos existentes e a ativação de novos clientes sobre redes prontas. Segundo o CFO, a expectativa é que os efeitos da reestruturação comercial e das mudanças de políticas internas se intensifiquem entre o segundo e o terceiro trimestres de 2025.

Em acessos totais, fechou o trimestre com 5,8 milhões, alta de 1,9% puxada pelos serviços móveis M2M, segmento que cresceu 5%, e acessos fixos em fibra, que cresceu 1,2%.

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Rafael Bucco

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