ABNT lança norma técnica de acessibilidade para dispositivos móveis

Objetivo é tornar a navegação na web e em aplicativos mais inclusiva a pessoas com deficiência, independentemente de fatores físicos, cognitivos e sensoriais
ABNT edita norma técnica de acessibilidade para dispositivos móveis
ABNT elaborou norma técnica de acessibilidade para dispositivos móveis (crédito: Freepik)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou, na quarta-feira, 26, uma norma de acessibilidade para dispositivos móveis. A NBR 17060, em resumo, estabelece requisitos para facilitar o acesso de pessoas com deficiência a aplicativos e páginas de internet por meio de smartphones.

A norma foi desenvolvida pelo Comitê Brasileiro de Acessibilidade, mediante a Comissão de Estudo de Acessibilidade para a inclusão digital, em parceria com outras instituições, em especial o Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

A ABNT informou que, como o celular se tornou o principal dispositivo de acesso à internet no País – posição alcançada em 2015, segundo a pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) –, havia a necessidade de tornar a navegação em smartphones mais inclusiva, independentemente de fatores físicos, cognitivos ou sensoriais.

Nesse sentido, foi estabelecido um grupo de trabalho, criado pelo advogado Cid Torquato, ex-Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo, dentro da associação.

“Com a norma, a tendência será avançarmos muito na conscientização e prática da acessibilidade digital, inclusive pelo fato da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, em seu artigo 63, poder ser regulamentada, ainda que parcialmente, remetendo à nova norma como padrão a ser seguido”, diz, em nota, Torquato.

Como funciona

A NBR 17060 contém 54 requisitos, distribuídos pelos temas “percepção e compreensão”, “controle e interação”, “mídia” e “codificação”.

Dentre as diretrizes, há recomendações para elementos não textuais, que devem contar com texto alternativo capaz de descrever o significado, e para rótulos em formulários, os quais permitem que os usuários identifiquem claramente o tipo de dado exigido no campo, além de transcrição de áudio pré-gravado, cujo objetivo é facilitar o entendimento para pessoas com limitações de audição.

No Brasil, antes da norma, só havia instruções técnicas para o desenvolvimento de aplicativos.

“São orientações simples e fáceis de serem aplicadas, devidamente alinhadas com os critérios técnicos internacionais. Agora, mercado e governos têm uma norma de referência para seguir, e os usuários saberão o que esperar de produtos em conformidade com a norma”, destaca, em nota, Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br|NIC.br.

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Da Redação

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