Vivo vai usar o espectro do WiFi para reforçar redes 4,5G ainda em 2018

Atila Branco, diretor de redes da Vivo, afirma que tecnologia vai aumentar velocidade do celular, sem interferir no WiFi pre-existente.

A Vivo pretende adicionar mais portadoras a suas redes LTE (4G) até o final do ano. A empresa trabalha, junto com a Ericsson, para usar o espectro não licenciado de 2,4 GHz e 2,5 GHz. Estas bandas são tradicionalmente dedicadas ao WiFi. Mas, segundo representante da operadora, não há a menor chance de interferências.

“A tecnologia é capaz de reconhecer onde pode usar esse espectro e com qual potência para não haver interferências. Sabemos que o WiFi já está sobrecarregado, mas há potencial em algumas regiões para acrescentar espectro ao 4G usando essas frequências não licenciadas”, afirma Átila Branco (foto), diretor de planejamento e redes da Telefônica Vivo.

Na prática, será difícil ter todos os 100 MHz disponíveis. Mas um slot de 20 MHz, por exemplo, é mais simples encontrar e o suficiente para ampliar a velocidade do 4,5G da companhia. Em teoria, com todos os 100 MHz, e todo o espectro de 700 MHz e 2,8 GHz que a operadora possui, já seria possível, em ambientes controlados, entregar conexões de 1 Gbps. No mundo real, a Branco espera velocidades de até 300 Mbps.

A ativação deve começar pelas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, para depois se alastrar ao resto do Brasil.

Um problema, no entanto, é a base de usuários que deve se beneficiar no primeiro momento. Embora o espectro do WiFi seja acessível por qualquer smartphone, apenas modelos topo de linha são compatíveis com a LAA, a tecnologia usada pela Ericsson para destinar o espectro do WiFi à telefonia celular. São compatíveis telefones que usem a plataforma Snapdragon 630, 660, 820, 821 em diante, com modem X12 LTE ao menos, da Qualcomm. E estes usam, no máximo, 60 MHz de bandas agregadas.

Segundo Branco, a ativação da função LAA vai ao encontro da atualização do núcleo de rede da Telefônica. A operadora contratou a Ericsson para virtualizar seus núcleos de rede em todo o mundo, na iniciativa chamada Unica.

Com o núcleo virtualizado, a companhia vai acrescentando plugins para melhorar o desempenho da rede. Já são seis data centers, inclusive os localizados em São Paulo, atualizados pela Ericsson. “Todo o núcleo de voz já está sobre o Unica, e todo o núcleo de dados também”, diz o executivo.

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Rafael Bucco

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