Vivo vai colher maior parte das sinergias de sua fatia na Oi Móvel ainda em 2022

As sinergias obtidas pela Vivo com a compra de parte da Oi Móvel virão principalmente do Nordeste, onde a empresa vai herdar maior parte dos clientes.

O CEO da Telefônica Vivo, Christian Gebara, afirmou em conferência com analistas do mercado financeiro nesta quarta, 23, que a empresa vai colher “a maior parte das sinergias” previstas com a aquisição de fatia da Oi Móvel ainda neste ano.

Segundo ele, estas sinergias se concentram o Nordeste. A região é onde a tele tem menor participação de mercado frente a TIM e Claro atualmente. Por isso mesmo, ficou com os clientes e ativos de rede lá localizados, a fim de facilitar a aprovação do negócio pelas autoridades.

O presidente da Vivo disse que a aquisição terá reflexo menor nas receitas do grupo do que terá em sinergias. Isso porque haverá otimização do uso do espectro e dos gastos, menor investimento (Capex) necessário para ampliar a rede no Nordeste. “A integração deverá acontecer bem rápido, até o quarto trimestre. Vamos ter maior parte de sinergias ainda em 2022”, pontuou. Gebara não comentou, porém, quanto em valores as sinergias devem somar.

O otimismo da Vivo com as sinergias advindas da Oi Móvel é patente. Gebara chegou a provocar as rivais: “Já temos a maior rede móvel e de melhor qualidade na região, então podemos facilmente oferecer o melhor serviço”, falou. Segundo ele, a Vivo vai migrar os clientes da Oi para sua base em 12 meses depois de fechado o negócio.

A venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo ainda não está selada, é bom lembrar. Aguarda o fim do período de recursos no Cade. Esse prazo passou a valer ontem, e termina em 14 dias. Se não houver recursos, então as teles podem concluir o negócio do ponto de vista do xerife da concorrência. A Telcomp já pediu esclarecimentos.

Há ainda expectativa quanto ao que acontecerá a em relação à Anatel. Ali, o fatiamento foi aprovado, mas há questionamento da Copel Telecom quanto à legalidade da reunião do Conselho Diretor, uma vez que o presidente substituto indicado pelo Executivo não participou. Entre os conselheiros da agência, prevalece a visão de que o mérito da questão, ou seja, a aprovação da venda, não ficou prejudicado.

Ontem, a Vivo divulgou o resultado financeiro de 2021, em que ampliou o lucro em mais de um terço. Leia mais aqui.

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Rafael Bucco

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