Vivo tem maior alta de receita em sete anos após reajuste de preço, mas lucro cai

Operadora aumentou preços no 1º trimestre em telefonia, banda larga e TV paga, mas gastos financeiros e Fistel impactaram o lucro líquido, que diminuiu
Loja Vivo Shopping Jardins - Crédito: Elisa Martins
Loja Vivo Prime nos Jardins, em São Paulo – Crédito: Elisa Martins

A Vivo (Telefônica Brasil) divulgou hoje, 10, os resultados do 1º trimestre de 2022, em que apurou alta na receita puxada por reajuste de preços. A operadora teve o maior crescimento de receita líquida dos últimos sete anos, mas a alta dos custos afetou o lucro, que encolheu.

Ao todo, a companhia faturou R$ 11 bilhões no primeiro trimestre, alta de 4,6% na receita em relação ao mesmo período de 2021. A expansão das receitas foi puxada pelo móvel, área em que cresceu 5,7% ano a ano e venda de celulares, que aumentou 10%. No fixo, o crescimento foi de 1,9% no geral, considerando também os serviços em cobre. Isoladamente, o segmento de fibra (FTTH) cresceu 25,9%.

O desempenho positivo em receitas, no entanto, foi impactado pela aumento de custos, na ordem de 7% ano a ano. Estes foram impactados mais fortemente por aumento do custo com licenças e produtos vendidos, e gastos com pessoal e recolhimento do Fistel. A empresa também teve despesa financeira relacionada ao endividamento feito para a aquisição de licenças no leilão 5G, elevação da amortização e de depreciações. Ainda assim, terminou o trimestre com dívida líquida de R$ 9,12 bilhões, menor que os R$ 10,44 bilhões do fim de 2021, mas quase o dobro em relação a março de 2021.

O EBITDA (lucro antes de depreciações, juros, amortizações e impostos) da companhia subiu apenas 1,3%, para R$ 4,51 bilhões no trimestre. E o lucro líquido caiu 20,4%, para R$ 750 milhões.

Operacional

A companhia continuou a atrair clientes para os serviços móveis, de fibra e  IPTV, em detrimento dos serviços baseados em redes legadas de cobre. Com isso, 90,6% da receita já é gerada em celular e FTTH. Do total de 99,9 milhões de clientes da operadora, 91,83 milhões estão nos novos serviços.

“No último trimestre, adicionamos 1.269 mil acessos pós-pago, tanto pela migração de pré-pago para controle, quanto pelo saldo positivo de portabilidade de outras operadoras. Além do crescimento da base de clientes, a receita de pós-pago foi positivamente impactada pelo reajuste anual aplicado para parte da base de usuários dos planos controle”, diz a empresa em comunicado enviado à CVM. A receita no pós subiu 5,9%.

No pré-pago também houve crescimento de receita, na ordem de 4,7%. E o aumento da venda de aparelhos se deve à aposta na comercialização de celulares “high-end”, de maior valor.

A Vivo chegou a 51 milhões de clientes pós-pagos, alta de 11% ano a ano. Desses, 37 milhões são humanos e 14 milhões são em em internet das coisas. O churn no segmento é de apenas 1,2%.

A receita com banda larga por fibra (FFTx e FTTH) aumentou 9,6% a/a no 1T22, impulsionada pelo forte desempenho da Receita de FTTH (+25,9% a/a). “No 1T22, realizamos reajuste de preço para uma parcela da base de FTTH, contribuindo para o crescimento da receita”, observa o relatório.

Nos últimos doze meses, a Vivo ativou rede de fibra até a casa do cliente em 65 novas cidades, adicionando 4,2 milhões de casas passadas e 1,1 milhões de casas conectadas.

A Receita de IPTV, produto associado à conectividade de fibra, avançou 18,2% a/a “impactada positivamente por um reajuste de preço para uma parcela da base de IPTV”.

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Rafael Bucco

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