Vivo renova sistemas de TI em preparação para a chegada da 5G

Operadora faz megaoperação de renovação da área dentro da empresa, com migração de sistemas para plataforma fornecida pela Ericsson

A Vivo está atualizando seus sistemas da área de TI a fim de se preparar para a ativação de redes 5G, que serão mais baseadas em nuvem e exigirão maior poder computacional do que qualquer geração anterior.

Conforme contou hoje, 2, André Krieger, CIO da Telefônica Vivo, a empresa está trocando todo seu “stack” para lidar com os novos tempos. Em um processo iniciado dois anos atrás, batizado internamente pelo codinome Pandora, todos os serviços serão migrados para uma nova plataforma elaborada pela Ericsson.

Até agora, apenas os serviços pós-pagos foram migrados. Em 2021, será a vez concluir a migração do pré-pago, iniciada neste ano, dos planos controle, e começar a transferência dos serviços corporativos. A meta é que tudo esteja finalizado em 2023.

O esforço não é pequeno. Como explicou o executivo, a Vivo tem um dos maiores parques de TI do país. A empresa investir ali R$ 2 bilhões por ano. São mais de 500 sistemas e um data lake de 39 petabytes.

“Gerenciamos R$ 500 milhões de recargas por mês, 212 clientes por segundo, processamos 6 bilhões de CDRs por dia. Fazemos gestão de 400 contratos, emitimos 33 milhões de faturas por mês para os clientes, temos 24 URAs e 30 mil notes e desktops espalhados em escritórios, lojas e call centers”, resumiu ele, durante o evento Telco Club, organizado pela consultoria Teleco.

Outras iniciativas

Krieger contou que ainda em 2020 será concluída outra iniciativa da companhia que envolve o departamento de TI: o projeto de codinome Fusion. Este prevê o redesenho da rede IP da companhia para um formato de topologia única.

Foram modernizados os equipamentos, preparados sistemas para integração de novas tecnologias (como 5G). Em 42 cidades essa nova rede IP já está operando, com diminuição em média de 34% da quantidade de equipamentos necessários ao funcionamento.

Outro projeto, de codinome Athena, buscou melhorar o desempenho operacional da companhia. Aqui, foi empregada ferramenta única para visualização de recursos e de topologia da rede de transporte. Os próximos passos serão concluir a implantação do inventário para a rede de transporte em 2021 e planejar a implantação do inventário em linha com a chegada de 5G, do uso de NFV/SDN e do network slicing – o que ainda deve demorar alguns anos.

Pandemia: operação de guerra

Krieger lembrou ainda do desafio que foi mandar boa parte dos funcionários da companhia para casa em função do isolamento social imposto a partir da pandemia de covid-19.

“A gente começou um piloto achando que seriam dois dias de testes apenas, mas no meio do teste toda a empresa foi pra casa. Tivemos que fazer um esforço gigantesco, distribuir notebooks para todo o Brasil, entregar nas casas dos atendentes. E onde os revendedores não tinham notebook suficiente, entregamos o desktop que estava no call center”, lembrou.

A empresa teve de disponibilizar banda larga fixa ou móvel para os casos onde não havia rede fixa. Até headsets novos foram comprados para que fossem compatíveis com o computador do funcionário.
“A gente mostrou nosso valor como indústria. Os clientes achavam que era baixo o valor das operadoras, que podiam mudar a qualquer hora, e descobriram que têm que ter um acesso de qualidade”, ressaltou.

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Rafael Bucco

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