Vivo espera definições mais claras sobre o custo da rede privativa no leilão da 5G

Para o diretor de Relações Institucionais, Enylson Camolesi, os investidores precisam saber o preço das obrigações que vão ser estabelecidas no edital da 5G e que será embutido no valor do espectro.

A Vivo reivindica que o governo defina com mais clareza os custos que serão imputados no leilão da 5G, principalmente no que se refere à obrigação de canalização de recursos para a construção de uma rede privativa do governo, para que sejam afastados quaisquer riscos.

” A falta de clareza nas obrigações que serão imputadas traz incertezas e riscos, e isso não é bom para o mercado e os investidores”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da operadora, Enylson Camolesi, em audiência pública realizada hoje, 10, pelo GT5G da Câmara dos Deputados.

A obrigação de construção de uma rede privativa do Governo Federal ( rede de celular no Distrito Federal e fixa no restante do país) está prevista na portaria 1924/21 do Ministério das Comunicações  que definiu a política pública que a Anatel deve cumprir para criar as obrigações do edital da 5G. Essas obrigações  serão descontadas do valor do espectro à venda.

O diretor de rede da Vivo, Átila Araujo, disse ainda que o prazo de 300 dias previsto no edital para o início das operações da 5G, com a adoção da solução de migração das antenas parabólicas para a banda Ku do satélite, pode não ser alcançado tendo em vista a logística que vai ser demandada para a distribuição dos Kits que assistem hoje à TVRO.

Releases 16 e 17

“A Vivo está construindo a rede 5G desde 2017. E vai definitivamente adotar os padrões dos Releases 16 e 17”, afirmou Araujo, referindo-se ao debate sobre os novos padrões tecnológicos da 5G SA, ou stand alone, que é o Release 16. O Release 17  ainda está sendo definido pelo 3GPP, o fórum mundial da padronização das tecnologias móveis.

O executivo ponderou que a implementação desses novos padrões deve ser feita no Brasil, como está acontecendo em todo o mundo, em etapas. As operadoras iniciaram o serviço com a adoção do padrão 5G NSA, ou release 15.

Para o executivo, a implementação da 5G pura irá representar a antecipação de investimentos que irá trazer impactos negativos, como a escassez de aparelhos, por exemplo, afirmou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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