Vivo busca registro próprio de fintech no Banco Central
A Vivo vai solicitar ao Banco Central licença para atuar como fintech. A companhia quer ser uma Sociedade de Crédito Direto (SCD). Com isso, poderá criar produtos de crédito e comercializá-los diretamente aos clientes, sem necessidade de intermediários. Atualmente, a companhia utilizar soluções whitelabel de outras empresas na oferta de seus produtos financeiros.
Segundo o presidente da companhia, Christian Gebara, isso não significa que a Vivo deixará as atuais parcerias. “Não é isso. Com a licença, teremos mais flexibilidade e redução de custos para oferecer produtos que ainda não oferecemos”, falou durante o Vivo Day, em São Paulo. No evento, voltado a analistas de mercado e à imprensa, executivos da empresa trouxeram detalhes sobre os planos industriais para os próximos anos.
A seu ver, a licença sairá, sem problemas. O prazo para recebê-la, porém, é longo. A análise leva cerca de um ano. Portanto, os serviços financeiros próprios da Vivo não serão lançados antes de 2025.
Segundo Ricardo Hobbs, diretor de estratégia e novos negócios da Vivo, por meio da licença SCD a companhia poderá oferecer o chamado “PIX parcelado”, empréstimo pessoal, crédito com garantia (consignado), saque FGTS. “Todos os clientes são potenciais, da base de clientes que tipicamente não tem acesso ao mercado financeiro, a clientes do pós-pago”, afirma o executivo.
O dinheiro para garantir os empréstimos vem do próprio grupo, que já criou em 2023 um fundo com tal finalidade, no qual há mais de R$ 230 milhões em saldo.
Vivo Pay
Hobbs explicou durante o evento que a Vivo vai concentrar sua atuação financeira na marca Vivo Pay. O Vivo Money, que atualmente é utilizado para oferta de seguros a celulares, será incorporado ao Vivo Pay e, após, deixará de existir como marca.
O Vivo Pay passará a ser o hub central de finanças da empresa, concentrando todos os serviços que oferece, de crédito pessoal, seguros, e cartão de crédito.
A companhia obteve receita de R$ 403 milhões com serviços financeiros em 2023, uma alta de 36% sobre 2022. A Vivo já movimenta, em empréstimos pessoais, R$ 358 milhões. Apenas este segmento de financiamentos gerou receitas de R$ 100 milhões no ano passado.
A venda de seguros também vai bem, disse o executivo. A empresa tem mais de 500 mil smartphones segurados, e um em cada cinco aparelhos vendidos em suas lojas saem com seguro. A parceria com o Itaú para emissão de cartões também segue em expansão, afirmou Hobbs. São 241 mil clientes com cartão Vivo, e também cerca de 20% das vendas são para compradores de smartphones nas lojas da operadora.