Vivo avalia acabar com o WhatsApp gratuito

Aplicativo é um dos responsáveis por aumento do tráfego nas redes. CEO da operadora quer que big techs paguem o "fair share" sobre as redes de telecom.
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Vivo hoje tem planos com WhatsApp gratuito. Mas crescimento do tráfego está fazendo a empresa reavaliar oferta. (Foto: Divulgação)

O presidente da Vivo, Christian Gebara, defendeu na manhã desta quarta-feira, 26, a jornalistas, o ingresso das big techs no financiamento das redes de telecomunicações, algo conhecido no mercado por “fair share”. Segundo ele, poucas empresas representam mais da metade do tráfego de dados nas redes, o que torna necessário repensar formas de pagar pelo investimento na infraestrutura.

“Há uma realidade mundial de aumento expressivo do uso de dados nas redes. Todas as redes estão sofrendo aumento do tráfego vindo de cinco ou seis empresas. Estudos mostram que apenas este ano haverá aumento de 26% no tráfego de dados. Para conseguir aumentarmos a cobertura, deveria existir uma distribuição dos agentes responsáveis pelo tráfego”, defendeu Gebara.

A Meta, dona do WhatsApp, do Facebook e do Instagram, é uma das empresas que geram grande volume de tráfego. O WhatsApp é um dos serviços cujo tráfego aumenta a cada ano. Por isso, a Vivo avalia retirar de suas ofertas o acesso ilimitado (zero-rating) ao app.

“Hoje só temos zero-rating com o WhatsApp. Ele começou gratuito quando era só de troca de mensagens. Mas hoje já é de fotos e vídeos, e é um dos que impacta o aumento dos dados na nossa rede. Então, sim, estamos discutindo o fair share e se esse app deveria ou não estar incluído em nossos pacotes. Mas não tem nenhuma decisão tomada”, falou.

Além da Meta, são grandes geradores mundiais de tráfego empresas como Google, Netflix, Amazon, Apple, Tik Tok.

O Grupo Telefónica, dono da Vivo, lidera no mundo a demanda por aportes das big techs nas redes. O assunto se tornou uma das prioridades da GSMA, associação global das operadoras móveis, que é hoje presidida por José María Álvarez-Pallete, CEO do grupo espanhol.

Além disso, em junho, a Conexis Brasil Digital, entidade que representa as operadoras brasileiras, também se posicionou sobre o tema. A Anatel já se debruça sobre o assunto e lançou consulta pública no primeiro semestre para colher opiniões.

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Rafael Bucco

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