Viasat renuncia à posição orbital 79º Oeste no Brasil

A Viasat entregou à Anatel pedido de renúncia do direito de exploração do Viasat-3 F1 na posição 79º Oeste. Satélite apresentou falha, e a capacidade restante foi direcionada ao mercado de aviação dos EUA

A Viasat apresentou à Anatel em junho renúncia à posição orbital 79º Oeste. A empresa explica que precisou adaptar os planos para sua constelação de satélites geoestacionários Viasat-3, da qual o primeiro artefato lançado apresentou falha.

O Viasat-3 F1 Américas ficaria nos 79º Oeste, mas como depois de uma pane passou a contar apenas com 10% de sua capacidade total, a companhia decidiu direcioná-lo à cobertura exclusiva do mercado de aviação dos Estados Unidos.

Segundo a empresa, os planos de expansão no Brasil seguem intactos. Um dos dois próximos satélites Viasat-3 (EMEA ou APAC) será colocado na posição orbital 89º Oeste para atender as Américas e o território brasileiro. Ainda não há uma data definida para o lançamento destes satélites. A empresa já tem, desde 2021, direito concedido pela Anatel para utilizar a posição.

“No Brasil, manteremos a licença de exploração vigente para a posição orbital de 89º Oeste. Essa nova capacidade permitirá ampliar significativamente nossos serviços no país, reforçando nossa presença no mercado de banda larga satelital”, diz.

ViaSat-3 Americas (crédito: Divulgação/Viasat)

Nesta semana, o processo de renúncia dos 79º Oeste foi distribuído a Alexandre Freire, que será o relator no Conselho Diretor da Anatel. O direito de exploração de satélite estrangeiro ao Viasat-3 F1 Americas foi concedido à empresa em 2021, com validade até junho de 2036. A renúncia é um direito previsto nas outorgas dos exploradores de satélite e não costuma incorrer em sanções.

“Não houve renúncia que afetasse nossos planos de crescimento no Brasil. Nossa expectativa de crescimento no segmento de banda larga satelital residencial e corporativa continua alta. Estamos constantemente investindo em novas tecnologias e ampliando nossa infraestrutura para atender à crescente demanda por conectividade, especialmente em áreas rurais e remotas. Nossas parcerias estratégicas, como a com a Telebras, reforçam nossa capacidade de oferecer soluções de conectividade de alta qualidade em todo o país”, diz a operadora.

O satélite ViaSat-3 F1 Americas foi lançado ao espaço em abril de 2023. Em julho, a companhia informou que um desarranjo na implantação do refletor estava comprometendo o desempenho do equipamento.

O refletor é responsável pela emissão dos feixes que conectam equipamentos em Terra. Esta parte do satélite era uma das várias inovações do projeto. De tamanho nunca visto em satélites comerciais privados, dava envergadura total de 43 metros, o mesmo que um avião Boeing 767, ao Viasat-3 F1 Americas.

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Rafael Bucco

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