ViaSat-3 vai entrar em operação no 2º trimestre de 2024
Mesmo com a capacidade comprometida, o satélite ViaSat-3 F1 Americas já tem data prevista para dar início ao serviço de banda larga. A operadora norte-americana Viasat informou que o artefato deve entrar em operação comercial no segundo trimestre deste ano (período equivalente ao primeiro trimestre do ano fiscal de 2025 da companhia).
A informação foi compartilhada no balanço financeiro do terceiro trimestre do ano fiscal de 2024 (outubro a dezembro). Segundo a companhia, no momento, o ViaSat-3 F1, lançado ao espaço em abril do ano passado com a missão de fornecer conectividade para todas as Américas, passa por testes de carga útil e da antena afetada. Vale lembrar que a empresa já tem autorização para explorar o território brasileiro.
“Com base nos resultados de testes até o momento, continuamos esperando obter largura de banda suficiente e flexibilidade de cobertura, combinadas com nossa frota existente e planejada e recursos de parceiros espaciais, para apoiar nosso crescente negócio de mobilidade global”, afirma a companhia, em trecho do informe financeiro.
No ano passado, já com o artefato na órbita terrestre, a Viasat informou que identificou uma falha no refletor. A expectativa era de recuperar menos de 10% da capacidade do satélite geoestacionário.
Conforme as informações divulgadas no mais recente documento financeiro, o fornecedor do componente concluiu que a falha se deve a uma “anomalia”.
A Viasat, por sua vez, indicou que, para evitar o mesmo problema, está implementando correções no segundo satélite da frota – o equipamento deve cobrir os territórios da Europa, Oriente Médio e África. A previsão é de que o lançamento seja feito na primeira metade de 2025.
Ao todo, a constelação é formada por três satélites. O terceiro equipamento, responsável por fornecer conectividade à região da Ásia-Pacífico, deve ser lançado no fim de 2024. Diferentemente dos outros dois, o ViaSat-3 F3 possui um design de antena próprio, projetado por outro fornecedor.
A operadora ainda informou que os pedidos de seguro pela falha no ViaSat-3 Americas estão sendo atendidos. Um primeiro pagamento já foi recebido no início deste ano, mas a maior parte do valor deve ser quitada ao longo do ano fiscal de 2025. A cobertura é de US$ 420 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões). A empresa também tem US$ 348 milhões (R$ 1,7 bilhão) a receber por uma falha no Inmarsat-6 F2 (I6 F2), satélite que integra outra constelação.
Resultados financeiros
No terceiro trimestre do ano fiscal de 2024 (outubro a dezembro), a Viasat obteve receitas de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,5 bilhões), alta de 73% na comparação com o mesmo período do ano fiscal anterior. O resultado foi puxado pela aquisição da Inmarsat, em maio de 2023.
Apesar da receita em alta, a companhia registrou prejuízo líquido de US$ 124 milhões (R$ 620 milhões), ampliando as perdas em relação ao mesmo intervalo do calendário anterior, quando o prejuízo tinha sido de US$ 47 milhões (R$ 234 milhões).
De acordo com a operadora de satélites, as perdas aumentaram em função de despesas com juros relacionadas à dívida assumida na aquisição da Inmarsat, além de encargos não recorrentes da mesma integração empresarial.