Vendas de celulares têm queda de 11% no Brasil no 1º trimestre, mostra IDC
As vendas de celulares no Brasil tiveram queda de 11% no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março, 9,94 milhões de unidades foram comercializadas, cerca de 1,24 milhão a menos do que no mesmo período de 2022, informou a consultoria IDC, nesta segunda-feira, 17.
Em termos de receita, a baixa foi ainda mais expressiva. Tendo somado R$ 15,2 bilhões, o faturamento caiu 32,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Dessa forma, nota-se que tanto a quantidade de aparelhos como o tíquete médio diminuíram na abertura de 2023.
De acordo com a consultoria, os celulares cujos preços variam de R$ 700 a R$ 999 foram os mais vendidos no primeiro trimestre, sendo responsáveis por 26% do comércio. Além disso, a pesquisa indica que, na comparação com o último trimestre de 2022, as vendas de dispositivos 5G avançaram 31%.
“O consumidor tem demonstrado um maior interesse em adquirir um smartphone com 5G habilitado”, diz Andréia Chopa, analista de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, em nota. “Entendemos que o aumento da disponibilidade desses aparelhos no mercado contribui para uma maior competitividade de preço, deixando ainda mais atrativo ao consumidor os aparelhos com esse recurso”, complementa.
Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre deste ano, o preço médio dos celulares no Brasil caiu 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio dos smartphones ficou em R$ 1.589, queda de 24,9% na comparação com a média dos três primeiros meses de 2022 (R$ 2.116).
Por outro lado, o preço médio dos aparelhos com recursos básicos, também chamados de feature phones, subiu 11,14%, chegando a R$ 168, ante R$ 151 no início do ano passado.
A IDC ainda indica que as vendas no mercado cinza retraíram 20,18% nos três primeiros meses de 2023 em relação ao primeiro trimestre de 2022. No entanto, a consultoria acredita que se trate de uma baixa pontual, uma vez que ações promocionais chamaram mais a atenção do consumidor para o mercado oficial nos primeiros meses do ano.
Projeções
A IDC sinaliza que o resultado do segundo trimestre deve ficar próximo ao do primeiro período do ano. Na comparação anual, contudo, a expectativa é de retração.
Para a segunda metade do ano, a consultoria trabalhada com uma “expectativa de melhora” em relação ao segundo semestre de 2022, mas diz que o período tende a ser “bastante desafiador” para as vendas. A boa notícia fica para os dispositivos habilitados com 5G, que devem “ganhar a prioridade entre os consumidores”. Vale lembrar que, no ano passado, as vendas de aparelhos diminuíram quase 7%.