Uso de faixas de UHF e VHF abre nova disputa entre teles e radiodifusores
Enquanto entidades de Portadoras de Pequeno Porte veem na regulamentação de White Spaces uma oportunidade para ter acesso a espectro, as associações dos radiodifusores acreditam que esse uso pode impedir o avanço tecnológico da TV aberta. Essas posições divergentes podem ser observadas nas contribuições feitas à consulta pública 48 da Anatel, com proposta de regulamentação de uso de espaço ocioso nas faixas de UHF e VHF, destinadas primariamente à radiodifusão.
Para a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o uso desses canais com a tecnologia TVWS, não possui qualquer caso de sucesso comercial. E estranha a falta da inclusão de espectro dedicado ao serviço móvel, que também é ocioso, na proposta de regulamento.
Na contribuição, assinada conjuntamente pela Sociedade Brasileira de Engenharia da Televisão (SET), a Abert relata que a TV aberta permanece em constante expansão e trabalha com a expectativa, para breve, de uma nova geração de TV Digital Terrestre, disruptiva e não retrocompatível, necessária para acompanhar as mudanças tecnológicas e de hábitos de consumo da sociedade.
“Tal evolução, demandará o uso de novos canais de televisão, criando grandes desafios para próxima migração tecnológica da televisão. Faz-se, portanto, premente e necessário, garantir a plena disponibilidade de todo o seu espectro, de forma ágil e sem quaisquer dificuldades, para que se possa viabilizar e realizar tais iniciativas com sucesso”, sustenta a entidade.
Já a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) vê no uso dos canais ociosos das faixas mais baixas de espectro uma oportunidade para levar a conectividade para o agronegócio. “É certo que a tecnologia TVWS abrirá a oportunidade para oferta de banda larga rural para toda uma geração de empreendedores interessados em prestar serviços”, afirma do mesmo modo a Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComP).