UPX prepara embarque no mercado consumidor

Empresa de segurança cibernética diz que operadoras ignoram alertas de origem de ataques, a maioria dos quais, iniciadas dentro de suas redes.
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A UPX, fornecedora para ISPs de sistemas de segurança cibernética e CDN, prepara a entrada no segmento de consumidor final. A intenção é lançar serviços de segurança pessoal digital, em que o usuário poderá evitar ataques a seu celular, computador, identificar invasões, ou mesmo controlar o histórico de navegação a partir do endereço IP de sua residência.

Bruno Prado, CEO e fundador da UPX, diz que sua intenção é dar ao usuário comum acesso a uma infraestrutura que atualmente apenas empresas podem ter. As ferramentas que lançará poderão ser usadas via website ou aplicativo, e permitirão a qualquer pessoa utilizar recursos de seu SOC (security operation center) compartilhado.

Com a investida, a empresa, que sempre atuou no segmento B2B, espera crescer 45% em 2019, mais do que os cerca de 30% de expansão que terá neste ano, diz Prado. Segundo ele, além da entrada no novo segmento, há condições conjunturais que devem ajudar.

“O mercado está com muita verba represada, e estamos vendo uma popularização da segurança da informação”, diz. Também a aprovação recente da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deverá fazer empresas buscarem mais proteção.

Ataques que vêm de dentro

Ele descarta parcerias com operadoras de telecomunicações para a revenda do produto ao consumidor final ou na versão corporativa. Na verdade, alerta para a fragilidade dos sistemas de segurança das comunicações no Brasil.

“Identificamos que 67% das redes de telecomunicações do país já foram origem de algum ataque. Geralmente notificamos as empresas donas da rede de onde o ataque saiu. De quem responde e age, 80% são provedores locais, enquanto as grandes operadoras simplesmente ignoram os alertas. E a maior volumetria de ataques DDoS no país vem dos sistemas autônomos das operadoras”, critica.

O executivo ressalta que, com o avanço do celular, os computadores perderam o posto de responsáveis pelos grandes ataques DDoS. O eixo agora está sobre os smartphones Android, sequestrados por aplicativos maliciosos. “Outra parte relevante vem dos modens das operadoras, configurados com senhas padrão”, alerta.

Apenas no terceiro trimestre, a UPX identificou 120 mil ataques DDoS, que tiveram, em média, 7 minutos de duração. O maior deles atingiu 60 Gbps de volume. Foram originados principalmente no Brasil. Mas máquinas na China, na Rússia e nos EUA também foram identificadas.

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Rafael Bucco

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