Unifique estreia no mercado de capitais com debêntures incentivadas
Em ritmo forte de crescimento e já ocupando o segundo lugar em acessos de banda larga em Santa Catarina, a Unifique se prepara para estrear no mercado de capitais. A empresa fundada na cidade de Timbó vai captar até R$ 100 milhões por meio de debêntures incentivadas para implantar redes de transportes e de acessos fixos no estado.
O projeto, aprovado recentemente pelo Ministério das Comunicações, prevê a cobertura FTTH em mais de 270 mil novas residências (Home Passed) e a instalação e ativação em mais de 190 mil clientes. “Essas metas serão realizadas entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024, mas os investimentos vão além dos R$ 100 milhões”, conta o diretor comercial da empresa, Jair Francisco.
Para chegar ao ponto de procurar o mercado de capitais a Unifique se organizou internamente, possui balanços auditados, e adotou as melhores práticas de governança fiscal e contábil. “Estamos preparados até para fazer nossa IPO [oferta pública de ações] este ano, caso as condições se apresentem favoráveis, mas não há urgência”, disse Francisco.
Acessos
De acordo com os números da Anatel, a Unifique chegou a 266,9 mil acessos em banda larga fixa em Santa Catarina, ou 12,6% do mercado, resultado inferior apenas ao da Claro, que tem 462,7 mil contratos. A prestadora catarinense está acima da Oi, que tem 249,3 mil clientes de banda larga fixa no estado e da Vivo, que detém 223,7 mil acessos.
Segundo Francisco, o mercado catarinense é de grande competição, porém a Unifique, que nunca contou com subsídios fiscais, está pronta para disputar espaço, crescer num ambiente de muita concorrência. E esse projeto de expansão vai ajudar na conquista de novos clientes, em função da qualidade do serviço prestado pela operadora, já reconhecida pela Anatel, afirma Francisco.
Projeto
O projeto Luz SC consiste no investimento em cobertura de áreas geográficas com rede de fibra óptica GPON (Gigabit Passive Optical Network), onde a companhia não possui esse tipo de cobertura e no investimento na instalação e ativação de novos clientes, majoritariamente residenciais, na modalidade FTTH, tanto em áreas onde a Unifique já possui cobertura, quanto em áreas onde o investimento de cobertura ainda será realizado.
Os investimentos serão realizados no estado de Santa Catarina, em particular nas seguintes cidades: Balneário Camboriú, Blumenau, Brusque, Caçador, Camboriú, Criciúma, Florianópolis, Garopaba, Gaspar, Indaial, Itajaí, Itapema, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages, Mafra, Navegantes, Palhoça, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Joaquim e São José.
A solução técnica pode ser categorizada em dois blocos (a) infraestrutura de cobertura ou rede metropolitana e (b) infraestrutura de instalação ou last mile. A rede metropolitana do Projeto Luz SC é baseada em GPON. A tecnologia GPON permite o atendimento de residências para prestação de serviços de telecomunicações fixa com fibra óptica levada até a casa do cliente, FTTH, permitindo assim prover tais serviços de maneira eficiente e com alta qualidade.
Fazem parte dos investimentos em rede metropolitana: a construção de pontos de presença, incluindo infraestrutura física e equipamentos do core de rede; instalação de OLTs (Optical Line Terminal); Instalação de cabos de fibra óptica e splitters ópticos nas regiões metropolitanas; Instalação de CTO – Caixas de Terminação Óptica ao longo da rede metropolitana.
O last mile (última milha) corresponde à infraestrutura dedicada ao cliente final, corresponde ao trecho de infraestrutura que se inicia na CTO e termina na CPE (Customer Premises Equipment). O last mile é composto por: cabo de fibra óptica do tipo drop e conectores ópticos; CPEs, correspondentes aos equipamentos instalados nas residências dos clientes (além de servir como ONU (Optical Network Unit), os equipamentos instalados na residência do cliente contam com a funcionalidade WiFi e outras em função dos serviços contratados, como por exemplo, telefonia).
Outros projetos
Além do projeto da Unifique, o Ministério das Comunicações aprovou o lançamento de debêntures incentivadas pela Mob Telecom nos valores de R$ 170 milhões para ampliação da rede nos estados do AP, BA, MA, PA, PB, PE, PI, RN e MA; e de R$ 40 milhões, para expansão da infraestrutura no Ceará. O programa de debêntures incentivadas permite a isenção do Imposto de Renda na operação.
Também estão previstos investimentos de R$ 2,2 milhões em debêntures incentivadas para a expansão da rede móvel da Claro em 24 estados brasileiros. Outro projeto da operadora poderá emitir R$ 1,3 milhões, e é o de implementação de arquitetura de rede de transporte, com novos conceitos de automação de rede em 25 estados da federação e no Distrito Federal. A Claro teve também um projeto de GPON para os clientes residenciais e corporativos, em 14 estados brasileiros, autorizado no valor total de R$ 433 milhões de debêntures a serem emitdas.