União Europeia vai investir 43 bilhões de euros em fábricas de semicondutores

Aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países-membros do bloco, Lei de Chips inclui incentivos para que a Europa alcance 20% do mercado global de circuitos integrados

União Europeia aprove lei que incentiva a produção de semicondutores

Lei dos Chips deve impulsionar a produção de semicondutores na União Europeia (crédito: Freepik)

O Parlamento Europeu e os países-membros da União Europeia (UE) entraram em acordo para aprovar a Lei de Chips (Chips Act), informou a Comissão Europeia nesta quarta-feira, 19. A expectativa é de que o regulamento contribua para que o bloco diminua a dependência de cadeias externas no que diz respeito à aquisição de semicondutores.

Na prática, com a aprovação da lei, o bloco ganha o aval para investir 43 bilhões de euros (aproximadamente R$ 238,9 bilhões) em fábricas de chips.

“A Lei de Chips europeia criará uma estrutura para garantir a segurança do fornecimento, atraindo investimentos e aumentando as capacidades de produção na fabricação de semicondutores”, afirma, em nota, a Comissão Europeia.

A norma também prevê reforçar a liderança tecnológica da Europa, facilitando a transferência de conhecimentos dos laboratórios para as fábricas. O objetivo, segundo o órgão executivo da UE, é que o bloco seja responsável por 20% do mercado global de chips até 2030.

Além disso, a Comissão Europeia informou que estabelecerá um mecanismo de coordenação entre os países-membros para reforçar a colaboração entre as nações europeias, no sentido de monitorar a oferta de semicondutores, estimar a procura, antecipar a escassez e, se necessário, pôr em prática uma iniciativa para atuar em períodos de crise.

“Os chips são essenciais para todos os nossos produtos digitais e digitalizados. E o acordo de hoje ajudará a garantir o fornecimento de semicondutores inovadores na Europa”, declara Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da iniciativa Europe Fit for the Digital Age.

A motivação por trás da lei de incentivo à fabricação de chips reside no fato de, nos últimos anos, a Europa ter sofrido com a falta de componentes, cujos maiores fabricantes se localizam em Taiwan e no Sudeste Asiático.

Vale lembrar que, ainda no ano passado, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei semelhante, por meio da qual destinou US$ 52 bilhões (R$ 264,52 bilhões) para produção de semicondutores em território norte-americano.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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