UFF coordena projeto de internet quântica

Tecnologia é alternativa para transmissão de dados sigilosos, por ser considerada menos vulnerável. A "Rede Rio Quântica" é a primeira de criptografia com essa tecnologia no país.

Projeto de internet quântica tem apoio do Finep | Foto: Freepik

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta terça-feira, 17, projeto da Universidade Federal Fluminense (UFF) para implementar a primeira rede de internet quântica do Brasil, a Rede Rio Quântica. A expectativa é de que futuramente a estrutura sirva para testes de novas tecnologias. 

Trata-se de projeto de implementação do Laboratório de Tecnologias Quânticas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),  com investimento de R$ 19 milhões.  Também integram a pesquisa a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que é vinculada ao MEC, e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Há, ainda, perspectivas para incorporar o Instituto Militar de Engenharia (IME) à Rede. 

De acordo com os pesquisadores, o projeto “trabalha a segurança das chaves criptográficas com fundamento na física quântica, ao contrário dos protocolos atuais, que se baseiam na matemática dos algoritmos de decodificação”. 

“O objetivo é criar uma comunicação altamente segura a partir do uso de partículas de luz (fótons), com foco em áreas estratégicas e na segurança de dados. A Rede é a primeira de criptografia com essa tecnologia no país e conecta cinco instituições de ensino e pesquisa do estado do Rio de Janeiro”, informa o órgão. 

Na criptografia convencional, os dados são transformados em uma sequência de bits (0 ou 1) e uma chave digital é usada para decodificar essas informações. Já para a internet quântica, em vez de bits, usam-se qubits.  Coordenando o projeto, Antonio Khoury, professor do Departamento de Física da UFF, explica que a tecnologia se dá a partir da “otimização do sistema óptico e a transmissão de dados por meio de feixes estruturados e qubits”.

“Esse método torna a comunicação praticamente impenetrável a tentativas de interceptação e oferece uma opção extremamente segura, que utiliza também o fenômeno do emaranhamento, uma tecnologia considerada crucial para preservar comunicações sensíveis, desde autenticações bancárias até a troca de informações estratégicas para a segurança nacional”, pontuou, na nota.

Investimento

Em maio deste ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) criou um grupo de trabalho (GT) para esboçar uma política pública que pretende dotar o país da capacidade de competir no cenário das tecnologias quânticas, que vem sendo chamada de “Iniciativa Brasileira para Tecnologias Quânticas”. 

O GT é formado por representantes de diversas instituições, entre elas, o CBPF, envolvido no projeto Rede Rio Quântica. O relatório das atividades deve ser concluído em junho de 2025.

Com informações da UFF e do MEC*

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Da Redação

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