TV Paga teve maior alta de preços entre os serviços de telecom em 2023

Relatório da Anatel mostra evolução dos preços nos serviços de telecom, e aponta a TV Paga com alta de 14,5% em 2023, enquanto a inflação no ano foi de 4,62%

(crédito: Freepik)

Os serviços de TV Paga foram os que mais elevaram preços ao consumidor em 2023 no setor de telecomunicações, conforme levantamento realizado pela Anatel. O segmento apresentou alta de 14,57% no preço praticado pela metodologia de aferiação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCE), do IBGE.

Nenhum outro tipo de serviço de telecomunicação apresentou alta tão expressiva. A segunda maior alta foi do combo de telefonia, internet e TV Paga, que registrou 5,71%.

Em ambos os casos, as altas ficaram acima da inflação do ano, de 4,62%, e da inflação setorial média, que foi de 2,8% em 2023.

Sem TV Paga, os demais serviços isolados tiveram alta abaixo da inflação. Os planos de telefonia móvel, por exemplo, tiveram correção de 3,85%. O acesso à internet fixa, de 2,7%. Os serviços de streaming, de 1,07%. A telefonia fixa, que tem uma fatia importante dos preços regulados, apresentou deflação de 4,48%. E o custo de aparelhos telefônicos retraiu-se 5,35%.

Retomada

Os dados contam no Relatório Anual de Gestão da Anatel – 2023, divulgado nesta sexta-feira, 3, pelo regulador. Traz outros detalhes interessantes do mercado de telecomunicações. Diz, por exemplo, que em 2023 o PIB de Telecomunicações retomou o crescimento, após 8 anos seguidos de retração. A alta foi de 3,3%, ante um tombo de 6,7% em 2022.

No relatório, a Anatel credita parte a retomada à atuação como agência reguladora. O presidente, Carlos Baigorri, diz que os trabalhos no ano passado foram orientado à preparação da autarquia para “enfrentar os desafios do ecossistema digital”.

Segundo ele, a conectividade dos brasileiros é cada vez mais plena. “O Brasil encerrou 2023 registrando um total de 48,2 milhões de acessos em banda larga fixa, crescimento anual de 6,3%, enquanto na telefonia móvel, observou-se uma rápida expansão da base de usuários em 5G, que encerrou o ano com uma participação da ordem de 8,0% da base total de conexões móveis”, afirma na carta em que abre o documento.

O material lista ainda os objetivos estratégicos traçados pela Anatel até 2027. Por exemplo, diz que até lá, a intenção é que o 5G cubra 57,67% dos brasileiros. Em junho de 2023, essa cobertura era de 52,66%.

Em compensação, a meta de construção de backbone óptico sofreu revés. Até lá, deverá ter 100% das cidades com a infraestrutura. Em 2021, eram 83,91% das cidades. Em abril de 2023, porém, eram 76,92%. Segundo a Anatel, isso se deu não porque houve queda, mas porque a coleta dos dados sobre a rede foi aperfeiçoada.

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Rafael Bucco

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