TV paga perde base, mas ganha audiência e receita

As operadoras NET e Claro registraram aumento de audiência nos canais pagos e também elevação do ticket médio do cliente nos últimos três meses, apesar da crise

shutterstock_agsandrew_iconesAs empresas NET e Claro, se não podem comemorar o atual cenário econômico e setorial -com aumento de alíquotas de impostos, assimetrias regulatórias contrárias ao grupo e acirramento da competição -, pelo menos podem respirar aliviadas com o resultado de seus próprios esforços. Segundo o presidente do grupo, José Félix, nos últimos três meses a empresa  teve incremento da audiência nos canais pagos e aumento no “ticket” médio do cliente.

Segundo o executivo, dobrou o número de telespectadores dos canais de TV por assinatura nos últimos três anos. “São mais de dois milhões de telespectadores por minuto”, comemorou.

Para Márcio Carvalho, diretor de Marketing para o mercado residencial e combos da América Móvil, há pelo menos três razões  para esse aumento de audiência: mais variedade na oferta de conteúdo, o uso de diferentes telas, e a crise econômica, que mantém as pessoas mais dentro de casa, e à frente da TV.

OTTs

Para Félix, as projeções  que apontam crescimento de 20% do Netflix no Brasil precisam ser confirmadas, pois, no seu entender, a base de TV por assinatura cai pela perda da renda das famílias brasileiras e não pela competição com as OTTs. “Temos a maior plataforma de VOD da América Latina. E por isso sabemos que esses serviços não são incompatíveis, mas complementares”, afirmou.

O executivo salientou que o grupo investiu nos últimos três anos no Brasil R$ 30 bilhões e está pronto para entregar a maior rede de telecom já feita para as Olimpíadas deste ano.

São 370 quilômetros de fibra óptica instalada no backbone próprio para os jogos. As operadoras do grupo irão transmitir – a partir dos canais 700 – 25 canais HD exclusivamente dedicados à cobertura dos jogos, que poderão ser também vistos pelo Now.

Haverá ainda a transmissão experimental em 4K tanto pela tecnologia do cabo como pela do satélite.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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