TIM terá 71 data centers de rede até 2025

Objetivo é virtualizar até 70% das funções de rede até lá. TIM também está ampliando capacidade das redes de transmissão regionais e metropolitanas

Marco Di Costanzo, diretor de Engenharia e Implementação de Rede na TIM Brasil, deu hoje, 26, mais detalhes dos planos da operadora para lançar serviços 5G após o leilão de espectro da Anatel.

Ele avisou que a companhia está investindo na rede de transporte em fibra, espalhando data centers pelo país, virtualizado funções de rede, preparando o fatiamento de rede e testando modelos de negócio inovadores. A ideia, mencionou, é virar a chave tão logo a empresa disponha de espectro para explorar a 5G.

No momento, a TIM está ampliando a cobertura da rede 4G com tecnologia LTE-Advanced Pro, que permite agregação de portadoras, uso de Voz sobre LTE (VoLTE), NB-IOT, Massive-Mimo, entre outras tecnologias. “O tráfego de VoLTE já alcança 45% do tráfego total”, disse. A tecnologia foi ativada em 3,5 mil cidades, nas quais vivem 90% da população, e é usada por 20 milhões de clientes. Essa rede 4,9G sustentará o uso do 5G DSS.

A empresa também está implementando um backhaul de alta capacidade em nível urbano e regional, todo em fibra. Está virtualizando o núcleo da rede (vEPC) e usando equipamentos que precisarão de atualização por software para se tornarem compatíveis com a 5G.

Mais data centers

A próxima geração de redes móveis vai funcionar muito baseada em recursos virtualizados, rodando em nuvem, seja em um data center local, seja em um data center no centro da rede. De qualquer forma, as operadoras vão precisar de muito mais unidades do que possuem hoje, e a TIM está investindo nisso.

“Começamos a virtualizar o núcleo de rede em 2018. Ano passado ativamos o vEPC já com 5G NSA. Estamos no momento de evolução do núcleo de rede 5G para a nuvem, que permite novas funções baseadas em fatiamento de rede. Já começamos o network slicing, que terá eMBB, URLLC e mMTC”, elencou. Ou seja, a empresa se prepara para a oferta de serviços de ultra banda larga móvel, de conexões super confiáveis e de comunicação massiva de dispositivos de internet das coisas.

“Até 2025 nosso plano é ter 71 network data centers [NDCs] distribuídos em 51 cidades. Até dezembro deste ano teremos 41 NDCs em 29 cidades” falou. Segundo ele, a TIM terá também 16 data centers de núcleo de rede em oito cidades – hoje tem 14 DCCs.

Para a oferta dos serviços de IoT URLLC, está construindo uma rede de data centers edge que terá 55 unidades em 27 cidades até 2025. Atualmente, essa rede edge tem 43 data centers em 21 cidades. “Nossa meta é ter 70% das funções de rede virtualizadas – hoje em dia temos 56%. Por isso é necessário o investimento nos data centers”, falou.

Na rede de transmissão, a companhia usará uma formatação híbrida, mesclando tecnologia DWDM e IP+MPLS, que poderá ter canais de até 100 Gbps. Nas redes metropolitanas, afirmou, já está implantando arquitetura NG-MAN com protocolo SRv6, o que segundo o executivo fornece mais confiabilidade e velocidade. A fibra que chega na torres, por sua vez, foi dotada com IP-MPLS de até 10 Gbps. E onde não dá para chegar com fibra, será usado microondas de no mínimo 1 Gbps de capacidade, até 10 Gbps.

5G DSS

Costanzo afirmou que a tecnologia DSS, que permitiu antecipar a criação de redes 5G mesmo sem espectro dedicado, não pode ser considerada diferencial para nenhuma operadora. “Isso é uma característica de equipamento que todos os fornecedores têm”, ressaltou.

Os diferenciais estão no serviço e modelo de negócio que a operadora encontrar. A TIM terá produtos B2B, B2C e B2B2C – corporativos, de varejo, e para empresas que atendem o varejo, portanto.

O lançamento da companhia de 5G DSS com a aposta em banda larga fixa (FWA) foi pensado justamente para ser uma prova de conceito. O grupo vai lançar FWA em três cidades agora em setembro, como já anunciado.

O aparelho FWA será vendido na loja. O cliente levará o aparelho para casa, onde ligará na tomada. O resto será feito pela máquina, que será autoconfigurável, capaz até mesmo de detectar defeitos e se autocorrigir, contou Costanzo.

Mas o executivo lembrou que o sucesso da 5G no Brasil depende do governo. E cobrou a realização de um leilão de espectro “sem viés arrecadatório, com disponibilização de espectro ampla e harmonizada, com regras e obrigações isonômicas”. Também ressaltou que as operadoras precisam de mais agilidade para instalação de novos sites e redução da carga tributária incidente sobre serviços, como IoT. Ele participou hoje do evento digital 5G e Transformação Digital, da Telecom Webinar.

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Rafael Bucco

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