TIM também vai construir rede fixa neutra e busca parceiros

Operadora revelou hoje seu plano industrial para o triênio que vai até 2022. No móvel, tele quer assinar mais acordos de compartilhamento e ampliar a base pós-paga. Companhia também pretende monetizar seu big data com publicidade e serviços financeiros.

A TIM Brasil divulgou hoje, 10, seu plano industrial para o triênio 2020-2022. A operadora definiu como pilares estratégicos para o período a preparação da infraestrutura para chegada da 5G, a migração de um modelo baseado em volume de clientes para outro de valor agregado no móvel, a continuidade da abordagem de ultra banda larga fixa em parceria com OTTs, aumento da eficiência operacional e a monetização da base de clientes.

Na prática, a companhia vai investir mais em sua arquitetura de TI para monetizar os dados dos clientes, aprofundar o uso de soluções de inteligência artificial. Na rede, vai implementar novos sites, prosseguir com o refarming de espectro, além de implantar tecnologia de massive-MIMO, o que acelera a velocidade dos acessos móveis.

Aliás, no móvel, a companhia pretende elevar a receita média por usuário e reduzir o churn graças à abordagem “mais seletiva”. Ou seja, deverá prosseguir com a limpeza de base, retirando clientes de menor valor e estimulando o uso do pós-pago.

Oportunidade na rede fixa 

Na banda larga fixa, a companhia vai expandir para novas regiões sua rede de fibra óptica com base em análises de geomarketing. O produto seguirá como o atual, de banda larga pura, sem combos com TV paga. Na esfera do conteúdo vai acrescentar apenas OTTs para diferenciar as ofertas.

A operadora fala ainda em criar um “veículo de infraestrutura”, da mesma forma que a Telefónica, através de parcerias para acelerar a cobertura, que vão incluir da construção ao compartilhamento de rede. A ideia passa por criar um ativo neutro de infraestrutura de fibra no Brasil, a exemplo do que propõe a Oi. Para tanto, um assessor será responsável pela sondagem para “encontrar o parceiro adequado”. Ao mesmo tempo, a tele vai ampliar os esforços de economia com aumento de automação de processos.

Além da oferta dos serviços tradicionais de telefonia móvel, dados e banda larga fixa, a tele quer aprofundar os negócios em internet das coisas, de publicidade digital para clientes móveis e entrar na disputa por serviços financeiros oferecidos para os clientes celulares.

No móvel, a companhia estabeleceu como objetivos reduzir para 3,2% o churn até 2022 e ter mais de 45% da base de assinantes no pós-pago. E atingir o total de 146 milhões de chips ativados, somados aí aqueles em M2M/IoT.

Para monetizar sua base de clientes indo além da telefonia ou internet, a TIM quer atacar em três frentes. A primeira prevê se beneficiar da expansão da demanda por internet das coisas. A segunda, da demanda por soluções em publicidade no celular. E a terceira, por meio de joint-venture no mercado de serviços financeiros, tendo o celular como ferramenta de bancarização. A empresa já estaria analisando uma lista de possíveis parceiros para esta última opção.

Metas financeiras

A operadora avisa que pretende investir (Capex) entre R$ 12 e R$ 12,5 bilhões no triênio, mantendo uma taxa de investimento da ordem de 20% sobre a receita líquida, até 2022.

A receita líquida irá crescer cerca de 5% (“mid single digit” segundo o termo usado pela empresa). A relação do EBITDA sobre a margem EBITDA passará de 47% em 2022. E a relação do EBITDA menos Capex sobre a receita líquida ficará acima de 25%.

Todos os números são superiores aos que foram estipulados no plano industrial anterior, que abrangia os anos de 2019 a 2021.

Acesse a apresentação do plano industrial da TIM para o triênio 2020-2022 aqui.

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Rafael Bucco

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