TIM perde receita e lucro cai 20,3% em 2015

Companhia sofre com perda de receita da VU-M, migração do consumidor de serviços de voz para dados, e macroeconomia. No ano registrou aumento do churn, ARPU mais baixo que em 2014. SVA, porém, seguiu caminho oposto, crescendo e se aproximando das receitas dos serviços tradicionais de voz móvel.

logo-timA operadora TIM divulgou na noite desta quinta-feira, 04, os resultados financeiros para o ano de 2015. Os números mostram queda nas receitas, o que impactou também os lucros. A receita líquida total da empresa caiu 12,1% no ano, para R$ 17,14 bilhões. O lucro líquido orgânico, que não contabiliza a venda de torres, caiu 20,3%, para R$ 1,23 bilhão.

A companhia atribui estes resultados a diferentes fatores, e cita como principais o “ambiente macroeconômico mais difícil”, o impacto do corte da VU-M, e a migração de serviços de voz para dados.

Mas não foram todas as áreas que encolheram. A receita líquida de serviços caiu 5,8%, para R$ 15,3 bilhões, enquanto a receita líquida inovativa (SVA sem SMS) aumentou 35%, para R$ 4,68 bilhões. A receita líquida fixa também cresceu, para R$ 660,45 milhões (+14,1%). O EBITDA recorrente caiu 2,6%, para R$ 5,4 bilhões. A margem EBITDA foi de 31%, contra 28% em 2014.

A companhia destacou na divulgação dos resultados o forte aumento dos investimento. O CAPEX no ano foi de R$ 4,7 bilhões, 18,6% maior que em 2014. O investimento em infraestrutura 4G aumentou 133% em relação ao ano anterior. No 3G, foram acrescentados mais 1.990 sites à rede de 12.365 da operadora. A rede de fibra da companhia atingiu 70 mil km, ligando 4,8 mil sites, crescimento de 32% sobre o ano anterior.

A tele diz que 48% da base de clientes móveis usa serviços de dados, e 68% deles usam smartphone. A empresa terminou o ano com 7,1 milhões de assinantes 4G, dos quais 800 mil foram adquiridos no último trimestre.

Afirma ter executado 35% do plano de eficiência operacional, que prevê cortar R$ 1 bilhão dos custos até 2017. No ano, reduziu os custos operacionais em 16%, para R$ 11,7 bilhões.

Para 2016, o CEO Rodrigo Abreu antevê percalços. “Esperamos um ano difícil, porém com uma virada de crescimento devido ao aumento continuado das receitas com dados, que certamente passarão a ser a maior receita ao longo do ano”, comenta, em vídeo (abaixo).

Serviços móveis
O balanço mostra queda de receita em quase todos os serviços móveis, em especial, declínio de 39,9% dos ganhos com interconexão, que somaram R$ 1,58 bilhão em 2015. Cresceu 17%, porém, a receita com serviços de valor agregado, para R$ 7,7 bilhões – se aproximando da receita de assinatura e utilização, de R$ 9,76 bilhões (-11,3%). O fenômeno é explicado pela companhia com a mudança nos hábitos dos consumidores, cada vez mais afeitos a dados, e menos usuários de voz.

A receita média por usuário (ARPU), ficou R$ 17, recuando 5,6%, impactado pelo corte da VU-M. A empresa acredita em recuperação, uma vez que o valor aumentou no quarto trimestre para R$ 17,6, embora ainda abaixo do registrado um ano antes. A ARPU de SVA cresceu 18%.

A companhia encerrou o ano com dívida de R$ 8,43 bilhões, 29,6% maior que em dezembro de 2014. Em compensação, a posição de caixa aumentou de R$ 5,23 bilhões para R$ 6,7 bilhões. A relação dívida/EBITDA ficou em 0,3% em 2015.

O churn aumentou para 59,1% devido a crescimento das desconexões. No ano, a companhia perdeu 9,5 milhões de linhas. Apenas no último trimestre foram 6,3 milhões de desligamentos. A companhia comemora, no entanto, o aumento da base de pós-pagos, que cresceu 8,6%, para 13,6 milhões de usuários.

Em 2015, a companhia perdeu 41,8% do valor de mercado. O motivo, diz, foi o cenário macroeconômico. No mesmo período o índice Bovespa caiu 13,3%. Para tentar recuperar o valor das ações, a companhia vai propor distribuição de dividendos referentes ao ano que passou 27,6% maior. Se a proposta for aprovada, espera distribuir R$ 468,6 milhões aos acionistas.

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Rafael Bucco

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