TIM negocia compartilhamento de rede com Claro, Vivo e ISPs

Operadora inicia remanejamento do espectro de 2,1 GHz por Teresina, no Piauí. Executivos da empresa esperam ativação dos 700 MHz em São Paulo ainda neste mês.

A TIM comemorou a decisão da Anatel, de autorizar o compartilhamento de infraestrutura e de espectro com a Oi. A agência aprovou o acordo na última semana, permitindo que as teles façam uso de faixas contínuas de frequência nas áreas em que atuam.

“Neste acordo, que consideramos estratégico para o setor de telecomunicações no país, colocamos o compartilhamento de infraestrutura e de espectro. Por isso vamos continuar buscando esse tipo de acordo não apenas com a Oi, como com os outros players do mercado”, disse Stefano De Angelis, CEO da TIM que dará lugar a Sami Foguel na próxima semana.

Leonardo Capdeville, VP de tecnologia (CTO) da operadora, diz que a operadora já negocia com outras empresas contratos semelhantes. “O compartilhamento de infraestrutura é assunto contínuo com parceiros. Discutimos com Vivo, Claro, Oi e também com os provedores locais formas de compartilhar o backhaul”, falou, durante a conferência de resultados realizada hoje (20).

Refarming de 2,1 GHz

A TIM começou no segundo trimestre do ano a remanejar o espectro de 2,1 GHz que possui e destinava para cobertura 3G. A operadora iniciou por um projeto-piloto na capital do Piauí, Teresina. Ali, separou parte da frequência para uso com LTE. Com isso, obteve um aumento médio de 14% na velocidade do downlink em sua banda larga móvel.

Agora, a empresa começa a ampliar este refarming. Vai destinar o espectro para a 4G em todo o país. Com mais velocidade, a operadora consegue melhorar um dos seus tradicionais pontos-fracos, que é a estabilidade das chamadas. Isso porque, associado ao espectro de 700 MHz, os telefonemas em 4G podem ser feitos com tecnologia VoLTE, mais estável.

O VoLTE apresenta 0,2% de quedas de chamadas. Uma fração comparada ao 1,5% das chamadas não-VoLTE, segundo a empresa.

700 MHz em São Paulo

Enquanto iniciar o refarming dos 2,1 GHz, a operadora não para com a expansão dos 700 MHz. A frequência está sendo liberada aos poucos para uso pela Anatel. A expectativa da TIM é que esteja livre para o uso em São Paulo (capital) nos próximos dias.

“Já temos 600 ERBs instaladas [compatíveis com a frequência] instaladas, só esperando para começar essa operação”, disse Capdeville, o CTO da TIM. Ele ainda disse que a operadora se prepara para destinar a frequência de 800 MHz que tem em algumas áreas também para a 4G.

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Rafael Bucco

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