TIM fará o spin-off de sua rede FTTH até o final do ano

Empresa receberá propostas a partir de setembro para formar sociedade com interessado em construir rede óptica de acesso seguindo a estratégia de expansão da TIM Live. Segundo o CEO, não existe interesse em comprar a Infraco da Oi.

A TIM revelou hoje, 30, mais detalhes do plano de criação de um veículo para investimento em rede de fibra óptica, batizado TIM Live Project. Conforme a companhia, a ideia é fazer o spin-off da Live TIM ainda em 2020. O negócio já largaria com receita, uma vez que contaria com a rede de fibra construída até o momento, em 30 cidades, e que é usada pela operadora para conectar mais de 600 mil clientes com banda larga.

Além de deter essa rede, o empreendimento terá contrato com a TIM para uso da infraestrutura e será responsável em levar FTTH a novas cidades. Segundo Adrian Calaza, CFO da TIM, já foram assinados 30 acordos de confidencialidade com interessados na parceria. Entre os quais, falou, há fundos de investimento e empresas já operacionais de infraestrutura.

“Por isso, consideramos assinar [o contrato] até o final do ano”, acrescentou, durante conferência dos resultados do segundo trimestre. Calaza explicou que a ideia de criar uma empresa para construir e explorar ativos de rede fixa neutra trará redução ao Capex da TIM, uma vez que entre 10% e 20% dos investimentos feitos pela companhia hoje em dia são na rede fixa de acesso.

“O que esperamos com o TIM Live Project é criar um novo veículo para nos prestar serviços de infraestrutura. Estamos nas definições finais de como funcionará. Provavelmente terá remuneração fixa e variável. Esse veículo também cuidará da instalação dos clientes”, disse.

Segundo ele, a TIM vai receber ofertas não vinculantes a partir de setembro, selecionar os candidatos que lhe parecerem mais interessantes, e então abrir concorrência para as ofertas vinculantes. “A depender das propostas, decidiremos se vamos atrás do valor pago ou dos menores custos [de uso da infra pela TIM]”, acrescentou.

Por que não comprar a Infraco da Oi?

Mario Girasole, responsável pela área regulatória da TIM, ressaltou que não existe impedimento regulatório nenhum para o spin off. E ressaltou que há uma oportunidade enorme para os investidores no segmento, uma vez que 16% das casas brasileiras têm acesso a serviços de ultra-banda larga.

“O que queremos [com o spin off] é capturar valor adicional para a TIM. Não será um veículo de infraestrutura como a Oi quer criar, com toda a transmissão e rede. No nosso caso, é orientado aos planos de expansão da TIM Live”, ressaltou Girasole. Somente depois que os projetos da TIM Live forem atendidos, o veículo poderá abrir sua rede com oferta neutra, acrescentou.

Tanto ele, quanto o CEO da TIM, Pietro Labriola, afirmaram que não existe interesse da TIM em comprar a Infraco, unidade de infraestrutura fixa que será criada pela Oi para explorar ativos ópticos e terá o controle vendido a terceiro. “Não estamos interessados na Infraco. Estamos interessados na Oi Móvel. Em um futuro, quem sabe, poderemos reanalisar”, disse Labriola.

Girasole adicionou: “Não estamos interessados porque não é parte da nossa estratégica, nem do nosso caminho, mas seremos clientes deles”, concluiu.

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Rafael Bucco

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