TIM fala em rede legada única para todas as teles a fim de cortar gastos com 2G e 3G

CTO da empresa sugere criação de rede única (single grid) compartilhada por todos a fim de diluir despesas de manutenção das redes em declínio, mas que ainda não podem ser desligadas.

A operadora móvel TIM tenta costurar com as rivais do segmento maneiras de manter ativas redes legadas, sem que seja necessário despender vultosos valores. A empresa cogita explorar RAN sharing ou mesmo incentivar a criação de uma rede única para manter vivos os serviços 2G e 3G.

No entender do CTO da operadora, Leonardo Capdeville (foto acima), os serviços móveis baseados em 2G e 3G exigem muita e dispendiosa manutenção. Ele disse, durante a conferência dos resultados da operadora com analistas nesta quarta-feira, 20, que a demanda pelas redes legadas está em acelerado declínio, mas ainda não é possível vislumbrar no horizonte quando poderão ser completamente desligadas.

“Ainda não está claro quando haverá um switch off. O que está clara é a vontade de buscar um compartilhamento dessas redes para ter algum tipo de single grid ou ran sharing e evitarmos altos custos de manutenção”, afirmou.

Muitos serviços, como pagamento com cartão, exigem baixa troca da dados no Brasil e recorrem às conexões de segunda geração e terceira geração. Esta demanda, ainda que haja migração para modelos de POS 4G, continuará periférica por anos, o que torna impossível puxar os plugues da tomada.

Refarming

Além dos custos, as operadoras gostariam de rever o uso do espectro ocupado com 2G e 3G, promovendo o chamado refarming.

A TIM vem realocando parte de seu espectro para reforçar a qualidade dos acessos 4G. Conforme o próprio Capdeville, a empresa está no início da redestinação de parte do espectro de 2,1 GHz, usada em redes 3G. A tele possui 22 MHz nesta faixa de frequência.

Com o espectro, a operadora pretende fazer a agregação de portadoras no LTE, que hoje conta com faixas em 700 MHz, 1,8 GHz e 2,5 GHz. Segundo o CTO, “há boas oportunidades de refarming em Minas Gerais e na cidade de São Paulo. Sempre que fazemos refarming percebemos aumento do tráfego no 4G”.

Após a conclusão da destinação de parte do espectro de 2,1 GHz para LTE, será a vez de fazer o mesmo com a faixa de 850 MHz, em que a empresa tem 11 MHz. Ele não falou, porém, qual o mínimo necessário para manter os serviços 2G e 3G ativos, sem comprometimento, a partir do refarming.

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Rafael Bucco

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