TIM estima iniciar operação de rede OpenRAN daqui 3 anos
Muito tem-se falado das redes móveis desagregadas, conceito conhecido por OpenRAN. Alternativa às redes móveis de acesso que usam tecnologia proprietária de ponta a ponta, na OpenRAN diferentes fabricantes e desenvolvedores de software podem se conectar às estações para ampliar a oferta de serviços das operadoras.
Mas o padrão ainda é novo no mundo, e não deve chegar tão cedo ao Brasil. Conforme o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, a operadora só deve lançar uma rede neste padrão daqui a três anos.
Ao participar de live realizada pelo site Teletime hoje, 24, Capdeville lembrou que o desenvolvimento de um padrão tecnológico demanda tempo. No caso da OpenRAN, os trabalhos começaram há cerca de dois anos, e ainda há um longo caminho a ser percorrido para que as tecnologias empregadas estejam maduras o suficiente para entregar a confiabilidade e segurança que as teles esperam.
“É uma jornada que precisa ser forçada. É importante que nós comecemos a entender e a participar das discussões de padronização da OpenRAN. Daqui a alguns anos, com a adesão que vemos de grandes operadoras em outros países, vejo que será escalável e utilizada no mundo”, avaliou.
A TIM aposta no OpenRAN. A empresa está construindo, em parceria com o Inatel, em Santa Rita do Sapucaí (MG), um campo de testes para experimentar redes baseadas no modelo. Os testes são abertos a interessados, como desenvolvedores e fabricantes.
Capdeville reiterou o ponto de vista do chefe: “A partir do momento que começa a ter grupo de operadoras com fator de escala interessados nesse desenvolvimento, acredito sim que teremos em três anos capacidade de operar nesse padrão. E é importante que o Brasil participe dessa discussão. Poderemos até almejar a indústria nacional participando desse desenvolvimento”, concluiu.
O nível de maturidade o OpenRAN para adoção em massa pelas teles ainda não é consenso no setor. Para a Ericsson, também serão preciso mais três anos. Já para a Claro, a tecnologia estará pronta em 2021. Além da TIM que aposta no desenvolvimento em parceria com o Inatel, no Brasil a Vivo já testa o padrão em duas cidades do Nordeste.