TIM aposta em redes públicas para cobrir o campo
A TIM traçou uma estratégia clara para levar conectividade a grandes áreas rurais. A operadora definiu que seus serviços serão baseados em redes públicas de 4G operando em 700 MHz. Com essa abordagem, as produtoras que contratam a instalação de redes em suas áreas ajudam a financiar a chegada de redes móveis a cidades pequenas ainda dependentes do 3G, beneficiando toda a população local.
Alexandre Dal Forno, head de marketing corporativo e IoT da TIM Brasil, contou que a operadora já levou cobertura móvel para mais de 6 milhões de hectares, onde vivem mais de 200 mil pessoas, com essa estratégia. O plano não apenas ajuda a empresa a otimizar os custos de expansão da rede, como complementa a meta de cobrir todas as cidades do país com 4G até 2022.
Segundo ele, o uso do LTE em 700 MHz também garante o sucesso na implementação tecnológica nas fazendas contratantes, por ser um padrão usado em larga escala em todo o mundo, que habilita tanto a troca de dados, como chamadas por voz.
“É à prova de futuro, pronta para a evolução do 5G, e já vem com NB-IoT e Cat-M1”, frisou. NB-IoT e Cat-M1 são padrões de internet das coisas para cobertura de amplas áreas e baixo consumo de energia, com alcance ainda maior que o LTE comum. A popularidade do LTE também torna mais acessíveis sensores, roteadores, antenas.
Cobertura por torre
Dal Forno citou exemplo de fazenda no Oeste da Bahia como modelo da chegada da TIM ao cliente agrícola. A empresa instala uma torres estaiada, de 78 metros, com três antenas na ponta. Na base, toda a eletrônica e fornecimento de energia. Uma torre dessas cobre 35 mil hectares nos estados com geografia mais plana, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. No Paraná e no Rio Grande do Sul, a empresa tem conseguido cobertura de 17 mil hectares.
A tele já fechou contratos com as produtoras agrícolas Jalles Machado, Citrosuco, Amaggi, SLC, Adecoagro. Outros quatro clientes, cujos nomes ainda não são divulgados, estão em processo de ativação.
O caso modelo da Bahia pode ser replicado para projetos com muito mais escala, afirmou. Ele contou como a TIM fez para a Adecoagro, no Vale do Ivinhema (MS). Ali a operadora ativou uma rede móvel para cobrir 1 milhão de hectares. O sinal cobre as áreas das cidades de Ivinhema, Deodápolis, Angélica, Gloria de Dourados. Nas cidades, existem três torres (o 4G só chegou com o projeto). No campo, são nove torres nas áreas produtivas.
“Não é mais um projeto, é uma iniciativa consolidada”, resumiu o executivo sobre a abordagem da TIM para o segmento agrícola.
Dal Forno palestrou nesta terça-feira, 4, no AGROtic 2021, evento realizado pela Momento Editorial, que publica o Tele.Síntese. O evento vai até o dia 6, e a participação é gratuita. Para ver, clique aqui.