Teste em OpenRAN@Brasil alcança 1 Gbps com 5G desagregado

Teste de interconexão com sistema 5G desagregado envolveu a conexão entre os testbeds localizados no Rio de Janeiro e em Campinas, alcançando 1 Gbps
Programa OpenRAN@Brasil alcança bons resultados em teste de interconexão com sistema 5G desagregado
OpenRAN@Brasil alcança 1 Gbps em testes com 5G desagregado | Foto: vecstock/Freepik

O programa OpenRAN@Brasil atingiu resultados positivos no teste de interconexão entre seus dois testbeds implantados – no Rio de Janeiro e em Campinas. Realizado no início de maio, o teste demonstrou o funcionamento bem-sucedido do sistema 5G, de forma desagregada, utilizando na interconexão um link de 10 Gbps com latência de 10 milissegundos.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) conduzem o programa. O experimento envolveu a implementação de uma pilha de protocolos 5G desagregada, sendo que o core 5G e a Unidade Centralizada (CU) foram executados no testbed do Rio de Janeiro, localizado na RNP. Enquanto a Unidade Distribuída (DU) e a Unidade de Rádio (RU) foram operadas no testbed de Campinas, instalado no CPQD.

“O sistema 5G desagregado funcionou com sucesso no teste, atingindo taxas de transferência de dados em torno de 1 Gbps e uma latência média de 18 milissegundos, fim a fim, com jitter (variação no tempo de chegada dos dados) não superior a 5 milissegundos”, afirma Eduardo Melão, pesquisador em conectividade do CPQD.

Melão ressaltou que, nos testes anteriores, com todos os elementos da rede 5G na mesma localidade, as taxas de transferência de dados também ficaram em torno de 1 Gbps. “Isso significa que a desagregação do sistema não teve um impacto significativo no desempenho, apesar da latência adicional de 10 milissegundos introduzida pelo link de interconexão dos testbeds”, afirmou.

“Esse avanço reforça o potencial das soluções desagregadas em redes 5G, trazendo flexibilidade e inovação para ambientes de pesquisa e desenvolvimento”, completou o pesquisador.

Objetivo da iniciativa

A intenção é oferecer um ambiente especializado, reproduzindo condições reais de operação das redes de telecomunicações, no qual pesquisadores e desenvolvedores poderão testar e validar diferentes componentes, funcionalidades e novas ideias em um espaço seguro, sem interromper as operações das redes comerciais.

Os interessados em utilizar o testbed devem preencher o formulário, fornecendo as informações necessárias. As propostas serão avaliadas por um comitê especializado, que irá determinar a possibilidade de atender ou não ao pedido de uso da plataforma.

OpenRAN@Brasil

O OpenRAN@Brasil é um programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em três fases. Foi lançado em 2022 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do Brasil, para promover o desenvolvimento do ecossistema Open RAN brasileiro. Isso é buscado por meio do desenvolvimento de pesquisa, inovação e capacitação em tecnologias e aplicações sem fio abertas e desagregadas para 5G e além.

A Fase 1 do projeto começou com dois sites de testbed no Sudeste do Brasil, aproximadamente 400 km distantes um do outro: RNP (Rio de Janeiro) e CPQD (São Paulo). Esses sites apoiam a pesquisa em componentes Open RAN, como CU, DU, RU e RIC, bem como a orquestração e gestão da rede SMO e o controle inteligente de outros
segmentos ou tecnologias da rede.

O testbed OpenRAN@Brasil tem objetivo de fornecer a inovação por meio de chamadas abertas à comunidade. A primeira chamada selecionou projetos acadêmicos para usar os testbeds para otimizar a orquestração do Open RAN, gerenciar e otimizar a QoS em redes Open RAN, explorar vulnerabilidades que afetam a orquestração e controle do Open RAN em redes 5G, e traduzir intenções de rede em configurações acionáveis para entidades de rede usando técnicas de NLP. Uma chamada aberta em andamento para startups propõe o uso do testbed para desenvolver e avaliar soluções baseadas em Open RAN adaptadas aos cenários brasileiros.

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Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

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