Teles terão que pagar Condecine, decide STF

O Governo Federal ganhou, via justiça, o embate com as operadoras de celular, pelo recolhimento da Condecine - a taxa para a produção do audiovisual nacional - recolhida dos usuários de telecom, principalmente de celular. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski deferiu o pedido de Suspensão de Segurança 5116, impetrado pela Ancine. Conforme a Ancine, o processo passa a tramitar normalmente, não cabendo mais liminar. O SindiTelebrasil, autor da ação, não vai se manifestar. e os Ministros da Cultura, Juca Ferreira e das Comunicações, Andre Figueiredo, cancelaram a reunião que tinham hoje para debater o assunto.

A decisão foi anunciada ontem,8, à noite pela diretora da agência, Rosana Alcântara, na abertura do RioContentMarket 2016, no Rio de Janeiro, e publicada pelo portal Teletime. A íntegra da decisão do ministro ainda não está disponível, apenas a sua conclusão final, que diz:”defiro o pedido para suspender a execução da decisão liminar proferida no Mandado de Segurança Coletivo (Processo 1000562-50.2016.4.01.3400), em trâmite perante a 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, posteriormente confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região no julgamento do Agravo de Instrumento 1000600-77.2016.4.01.0000, até o trânsito em julgado do writ. Comunique-se com urgência”.

A ação

O Sinditelebrasil recorreu à justiça contra essa contribuição mais para marcar uma posição contra o aumento de 25% no tributo, promovido no ano passado pela área econômica. Mas os argumentos apresentados, e que motivaram a concessão das liminares nas duas instâncias inferiores, eram de que essa taxa seria inconstitucional, já que há jurisprudência no próprio Supremo que aponta que usuários de um serviço não podem contribuir para o desenvolvimento de outro segmento.

Nesse caso, os usuários de telecom estariam pagando para  o setor audiovisual brasileiro. Para os dois ministros que decidiram pela liminar em favor das teles, o mais correto seria que essa contribuição fosse cobrada do próprio setor audiovisual, como as TVs, produtoras e publicidade.

Mas os advogados do governo e da Ancine argumentam que, com a convergência digital, não há  mais distinção nos bits que trafegam nas redes de telecomunicações, e o vídeo passa a ser cada dia componente mais importante do tráfego gerado. Por isso, essa contribuição fez parte do acordo firmado quando da aprovação da Lei do SeAC (a lei de TV paga).

A Condecine Teles já representa hoje quase 90% dos recursos arrecadados por esse fundo e é depositado todo dia 31 de março. Este ano, deverá ser de mais de R$ 1,1 bilhão, devido ao reajuste da taxa. A cultura deverá agora mostrar força para que esse dinheiro não seja contingenciado.

 

Avatar photo

Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

Artigos: 529