Teles afirmam que limpeza da banda C vai custar R$ 3 bi a mais com migração para banda Ku

A Conexis e as operadoras de celular mantêm a defesa da proposta híbrida, na qual o processo de limpeza seria iniciado com a instalação de filtros nas antenas parabólicas para que os custos sejam menores e o ingresso da tecnologia 5G mais rápido.

O presidente-executivo da  Conexis (entidade que representa as maiores operadoras de telecomunicações), Marcos Ferrari, e os representantes das grandes operadoras de celular afirmaram hoje, 10, durante audiência pública promovida pelo GT5 da Câmara dos Deputados, que a proposta de limpeza da banda C dos satélites, para o ingresso da tecnologia 5G apresentada pela Anatel na proposta de leilão vai custar R$ 3 bilhões e poderá retardar o ingresso da tecnologia móvel no país.

“A Anatel preferiu adotar a proposta da migração das antenas parabólicas de TV para a banda Ku do satélite. Essa migração vai custar R$ 3 bilhões e vai atrasar três anos o ingresso da tecnologia no país”, vaticinou o presidente da entidade. Na avaliação do relator do edital, conselheiro Carlos Baigorri, os custos estimados pela agência são menores.

Conforme antecipou o Tele.Síntese, o conselheiro reconhece em sua análise que a decisão tomada, que determina que as operadoras de celular deverão pagar pela migração dos canais de TV aberta via satélite (conhecidas como TVRO) para nova banda de satélite, é mais cara do que a proposta formuladas pelas operadoras, que sugerem, em um primeiro momento a instalação de filtros nas antenas que serão interferidas, mas calcula valores bem menores: de R$ 1,6 bilhão. Para Baigorri, há um risco grande em se adotar a opção da mitigação das interferências, tendo em vista que não havia ainda os filtros disponíveis no mercado.

As operadoras, no entanto, alegam que a proposta híbrida que formularam é mais racional, mais barata e fará com que a tecnologia 5G chegue mais rápido.

Para a Anatel, levar a TVRO para a banda Ku a partir de 2021 custaria R$ 1,64 bilhão. Este é o valor levantado pela área técnica da Anatel no Informe 144/20, documento que embasou a proposta do edital votada pelo Conselho diretor da agência.

Mas as operadoras alegam que distribuir filtros até 2023 e só então começar a migração teria custo de R$ 1,61 bilhão. Considerando que a proposta prevê migrar para a banda Ku a partir de 2025, o custo total da solução híbrida ficaria em R$ 1,35 bilhão.

Neste ano de 2021, estima a Anatel, há 6,9 milhões de usuários de TVRO que deverão ser contemplados. As teles estimam que esta base vem encolhendo 5,5% ao ano. Em 2025, portanto, haveria 5,5 milhões de pessoas que deverão ser contempladas pela política pública.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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