Telefônica Vivo quer acelerar negociação com TCU para o fim da concessão
A Telefônica Vivo quer pressa do TCU (Tribunal de Contas da União) e que ele não faça uma fila única de negociação no encontro de contas, para que seja acelerado o processo de migração dos contratos para o serviço privado, colocando um fim nas concessões públicas de telefonia fixa. ” Esperamos que o nosso caso seja acelerado”, afirmou hoje, 18, o CEO da empresa, Christian Gebara.
Ele observou que os valores a serem negociados já estão com o tribunal. Para a Anatel, a Vivo tem uma dívida com a União de R$ 8,7 bilhões. Oficialmente, a Vivo não divulga o valor que quer receber da União, apresentado durante o pedido de arbitragem, mas segundo Gebara, ele é maior do que a conta cobrada pela Anatel. ” O valor apresentado por nós na arbitragem é maior. Mas estamos confiantes de que a solução será favorável a todos”, afirmou.
Segundo Gebara, a telefonia fixa e ADSL (internet por linha discada) representam atualmente apenas 6% da receita total da companhia, que tem 112 milhões de acessos contratados somando-se todos os serviços . Na telefonia celular, a empresa possui 98 milhões de clientes e 39% de market share. Assinalou que somente com os serviços voltados para o segmento corporativo (BsB), que incluem IoT (Internet das Coisas), nuvem e venda de equipamentos, a empresa já fatura mais do que fatura com a concessão de telefonia.
Fair Share
O executivo disse também que a reivindicação das teles brasileiras de serem remuneradas pelas empresas de OTTs (empresas de conteúdo de internet) deve estar inserida em uma proposta global, que está sendo construída pelo GSMA, o fórum que congrega operadoras e fabricantes de telecom de todo o mundo. “Está sendo construído um alinhamento global sobre a temática, e podemos aprender muito”, disse ele, após ser lembrado pelos jornalistas na coletiva de hoje, que o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defensor do fair share, espera uma proposta concreta das empresas brasileiras.
Gebara voltou a defender o fair share, sob o argumento de que as operadoras não terão recursos suficientes para fazer a expansão das redes na velocidade que o país precisa. ” A conta tem que ser paga por mais pessoas”, disse. Ele observou que as teles brasileiras são aquelas que mais investem (Capex) em relação às receitas que geram e, mesmo assim, o Brasil conta com 98 mil escolas com internet ruim e outras 40 mil escolas sem qualquer acesso à web. ” Há algo insustentável e o debate tem que ser aberto. O Brasil não pode ser comparado a um país de pequeno território”, completou.
Segundo Gebara, embora os temas não estejam diretamente vinculados, ele entende que é chegado o momento também de se avaliar os impactos da gratuidade oferecida pela Vivo no acesso ao WhatsApp. Se antes essa plataforma de mensageria só permitia voz e textos, agora, ela já permite a transmissão de vídeos, que consomem muito mais dados.