Troca da voz por dados derruba receita da Telefónica, mas lucro cresce

Companhia reduz gastos, aumenta receita com serviços digitais mas não evita crescimento da dívida, que totaliza € 53 bilhões.

O grupo espanhol Telefónica, que no Brasil controla a operadora com mesmo nome, divulgou nesta quinta-feira, 27, seu balanço financeiro para o terceiro trimestre, encerrado em setembro. O relatório mostra que o interesse cada vez menor do usuário pelos tradicionais serviços de voz impactou fortemente as receitas. Mesmo assim a empresa conseguiu multiplicar o lucro.

A companhia registrou faturamento de € 13 bilhões, 5,9% a menos que no mesmo trimestre de 2015. A queda só não foi maior porque houve crescimento em banda larga (+6%) e serviços (+22%). A receita com voz, por sua vez, despencou 15% no período, somando € 5,56 bilhões — ano passado era de € 6,5 bilhões.

A Telefónica conseguiu cortar gastos e garantir aumento do lucro líquido. As despesas encolheram 7,6%, para € 9,1 bilhões. O lucro aumentou 38,5%, para € 983 milhões. Já o lucro operacional antes de impostos e amortizações (OIBDA) caiu 1%, para € 4,17 bilhões.

O grupo introduziu uma nova política de dividendo, para reduzir seu endividamento. Nos últimos 12 meses, a dívida líquida cresceu 0,7%, para € 49,98 bilhões. Com adição de potenciais custos trabalhistas e já descontados impostos, chega a € 53,75 bilhões. O índice de alavancagem da companhia é de 3,05 vezes o OIBDA.

No ano
No período de janeiro a setembro, o Grupo Telefónica € 38,31 bilhões. A despesa caiu 7,4%, para € 27,2 bilhões. O OIBDA encolheu 4,6%, para €12,9 bilhões, e o lucro líquido foi a € 2,22 bilhões (-22%).

O principal negócio do conglomerado espanhol continua a ser a matriz, Telefónica Espanha, que representa 24,8% das receitas. A Telefónica Hispanoamérica, que opera na América Latina, representou 23,9%, enquanto a Telefônica Brasil, 21%. As operações da Alemanha e Reino Unidos ficam com 14,5% e 13,4%, respectivamente.

 

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Rafael Bucco

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