Telefónica prevê crescimento e estabilidade cambial no Brasil em 2019

CEO do grupo afirma, ainda, que política de desinvestimento continua
José María Álvarez-Palette, presidente da Telefónica

O grupo Telefónica prevê crescimento das operações no Brasil em 2019, e afirma que pode haver surpresa na expansão caso as reformas econômicas prometidas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Durante conferência com analistas sobre os resultados de 2018, o CEO da companhia José Maria Álvarez-Pallete disse que, caso as reformas sejam levadas a cabo, o potencial de crescimento econômico do Brasil aumentará, assim como a moeda ficara mais estável. O tema é sensível para a empresa, uma vez que a variação cambial nos diversos mercados em que atua teve efeitos negativos sobre o último balanço.

“Em termos de macroeconômicos, espera-se que o Brasil cresça. E dependendo das reformas feitas, o crescimento pode ser acelerado”, afirmou o executivo. Para ele, o crescimento tende a beneficia a classe média, que se transformou nos últimos 15 fazendo com que o consumo interno se tornasse um grande fiador da estabilidade econômica.

Para Pallete, se o Brasil crescer com estabilidade neste ano, será capaz de puxar os vizinhos. “O país pode ser uma surpresa positiva em termos de crescimento robusto e pode ajudar a estabilizar a região, uma vez que, no final do dia, o Brasil é o coração da América Latina.

O mesmo não pode ser dito sobre os hermanos argentinos. “Na Argentina ainda vemos volatilidade, principalmente por conta da inflação”, afirmou. Ainda assim, Pallete crê que neste ano reformas promovidas pelo governo Macri surtam algum efeito, ajudando a estabilizar a economia. “Esperamos melhor performance de PIB”, falou.

O resto da América Latina vai bem, obrigado. Segundo ele, “Peru, Chile, Colômbia terão forte crescimento. Então, em termos macroeconômicos a região estará melhor”, observou. A incógnita continua a ser a Venezuela, sobre a qual o executivo se recusou a comentar.

Fusões e aquisições

O executivo reiterou a estratégia iniciada em 2016 de revisão do valor gerado pelos ativos pertencentes à companhia. Segundo ele, a Telefónica criou um processo para identificar o que vale a pena ser mantido, o que deve ser vendido, e que ativos devem ser comprados.

“Queremos ser consistentes. Não vamos desinvestir destruindo valor. Classificamos nossos ativos em quatro categorias: geografia, infraestrutura, produtos e serviços. Projetamos o retorno sobre capital para cada ativo pelos próximos três anos. Estamos fazendo o becnhmark sobre o retorno de capital para avaliar qualquer oportunidade de desinvestimento ou aquisição”, explicou.

Em suma, ele garantiu que a operadora fará mais vendas de ativos no futuro próximo, desde que seja rentável para os acionistas. “Estamos mirando mais otimização de portfólio baseado no retorno de capital? Sem dúvida. Ao mesmo tempo vamos continuar investindo pesado nas nossas redes e monitoria de oportunidades em consolidação de mercado. Então com certeza há mais otimização de portfólio por vir”, concluiu.

Entre os ativos à venda estão os data centes do grupo, espalhados pelo mundo, e que valeriam entre € 600 milhões e € 1 bilhão. Além disso, a companhia acaba de concluir a venda de operações na América Central.

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Rafael Bucco

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