Telefônica Global Solutions e Viasat juntas na conexão por satélite de empresas no Brasil
A Viasat foi contratada pela Telefônica Global Solutions (TGS) para ser fornecedora da capacidade satelital da operadora no Brasil. O contrato prevê que o satélite SGDC-1 será utilizado para entregar conectividade em banda Ka ao mercado corporativo local.
Toda a comercialização dos links a multinacionais, fornecimento de equipamentos e instalação ficará a cargo da TGS – subsidiária da Telefónica responsável por integrar os negócios internacionais da companhia, nas áreas de atacado, roaming e clientes multinacionais.
A TGS já possui contrato semelhante com a Spasat para atender o país com serviços satelitais de banda larga. O acordo com a Viasat amplia a capacidade da rede espacial e também a área de cobertura, uma vez que o SGDC-1 é o único satélite que, no momento, cobre 100% do território nacional.
Pelo acordo, a TGS vai pagar um preço fixo por conexão à Viasat, tendo liberdade para definir o preço final. Valor do contrato e prazo de validade não foram revelados.
Leandro Gaunszer, Diretor Geral da Viasat Brasil, conta que a operadora de satélites vinha buscando um parceiro para atender o mercado corporativo fazia algum tempo. O contrato com a TGS atende essa expectativa de levar as conexões do SGDC-1 às empresas localizadas em áreas remotas ou que precisam de redundância de conexões.
“Firmamos o acordo faz 15 dias, e ele já nasce com muito potencial. O objetivo é focar na oferta do serviço de banda larga fixa por satélite a clientes de áreas rurais, principalmente sem conectividade. O produto vai atender bem o setor de agronegócio e também de energia”, comentou ao Tele.Síntese.
Gustavo Arditti, Diretor da Unidade de Negócios de Satélites na Telefónica Global Solutions por sua vez, diz que a parceria permitirá ainda o uso dos links como backhaul de celular. “Ao trabalhar em parceria com a Viasat, podemos aumentar nossa oferta atual com o seu serviço de Internet. Nossa experiência será essencial na adaptação da solução da Viasat para fornecer serviços corporativos, B2B e backhaul de celular, além de ajudar a fomentar a adoção de aplicações comerciais críticas nas áreas mais difíceis de se conectar no Brasil”.
Vendas ao usuário final crescem na Viasat
O contrato é muito importante para a Viasat, e consequentemente para a Telebras, que fica com uma parte das receitas por conta da cessão da exploração comercial do SGDC. Mas, conforme Gaunszer, não deve superar as receitas potenciais a serem obtidas no vareje, em que a Viasat vende diretamente ao consumidor planos de banda larga.
“Essa vertente dos nossos serviços está indo bem, triplicamos o parque de clientes desde o ano passado, a partir do anúncio neste ano da reformulação do portfólio, que passou a ser vendido com base em gigas, e não com base em velocidade de acesso”, contou.
Outro parceiro entre as grandes, a Sky, está “escalando nas vendas”, disse. No caso, a operadora de TV vende um combo que conta com a antena de banda larga satelital da Viasat. A meta da empresa é conseguir baixar o preço da conexão para o cliente final a até R$ 70, pelo menos, o que não tem previsão para acontecer. É um “grande desafio”, ressalta Gaunszer. Os planos hoje em dia custam mais que o dobro desse objetivo.
A Viasat planeja ainda aumentar a rede SDGC-1 com uma constelação de satélites de próxima geração, o ViaSat-3. O primeiro dos três satélites, com cobertura para as Américas, está com lançamento previsto para o início de 2022 e fornecerá capacidade de transmissão em todo o Brasil.