Telefônica e TIM propõem comprar a unidade móvel da Oi

Proposta ainda é inicial e não vinculante. TIM e Vivo querem dividir entre si os ativos móveis da Oi. Negócio tem potencial para mudar o ranking das maiores empresas do setor. Oi afirma que ainda estuda alternativas.

A Telefônica Vivo e a TIM avisaram na noite de ontem, 11, ao mercado que estão buscando uma proposta conjunta para adquirir a unidade móvel da Oi. As empresas manifestaram oficialmente o interesse junto ao Bank of America Merril Lynch, o assessor financeiro do Grupo Oi, que passa por recuperação judicial.

As empresas afirmam que o interesse é “no todo ou em parte”, de modo que, na hipótese de o negócio ser selado, cada operadora receberá uma parcela do ativo.

Em fato relevante, a Vivo afirma que a transação, se concretizada, “criará valor para nossos acionistas e clientes através de maior crescimento, geração de eficiências operacionais e melhorias na qualidade do serviço. Além disso, contribuirá para o desenvolvimento e competitividade do setor de telecomunicações brasileiro”.

A TIM, em sua nota, explica que o interesse pela unidade móvel da Oi agregará valor à TIM, clientes e acionistas, “gerando benefícios aos seus clientes e acionistas, por meio da aceleração do seu crescimento, aumento da eficiência operacional e da qualidade do serviço”. Diz, ainda, que a eventual conclusão da operação “traria benefícios para o mercado de telecomunicações em geral, reforçando sua competitividade e capacidade de investimentos”.

O CEO da empresa, Pietro Labriola, havia avisado, na última conferência de resultados, que ainda em março a empresa apresentaria um movimento pela consolidação de mercado. Entre analistas de mercado, era considerado inevitável que a TIM tentasse participar de um negócio de venda da Oi Móvel, uma vez que a empresa é que mais tem a se beneficiar da aquisição de mais espectro.

O que disse a Oi

A Oi também comunicou o recebimento da proposta. Diz que a manifestação de “terceiros interessados” no negócio móvel da companhia ocorreram dentro de um processo de consulta de mercado. Essa consulta já havia sido comunicada pela empresa e tinha por objetivo identificar oportunidades de vendas de ativos móveis.

A Oi frisa que as propostas recebidas são iniciais e não vinculantes, ou seja, podem ser alteradas ou mesmo retiradas. ” Até o momento, contudo, não há qualquer compromisso da Oi ou de quaisquer destes terceiros para a efetivação de tal alienação, nem tampouco foi celebrado qualquer instrumento vinculante a respeito”, afirma no fato relevante.

A tele diz que pode haver uma evolução de suas análises para um potencial processo formal de negociação, mas ressalta que no momento “a Oi segue analisando todas as alternativas existentes que possam dar mais eficiência à realização de seu plano estratégico”, não sendo possível inferir, nesse momento, que potenciais negociações efetivamente cheguem a bom termo e que uma operação de venda seja concretizada”.

Vale destacar que a Oi pediu à Justiça permissão para reunir credores e votar mudança no plano de recuperação judicial a fim de acrescentar a possibilidade de venda da unidade móvel. A corte onde corre o processo cedeu, mas cobrou, antes, a entrega do novo plano de recuperação, modificado, que a Oi pretende votar.

Como ficará o mercado

O resultado de uma aquisição por TIM e Vivo da Oi Móvel manteria a Vivo na liderança do mercado celular no Brasil, ao mesmo tempo que poderia alçar a TIM à segunda colocação, superando a Claro em número de clientes – a depender de como ocorreria a divisão do ativo.

A unidade móvel da Oi possui 36,7 milhões de clientes, enquanto a Vivo tem 74,7 milhões e a TIM, 53,87 milhões. A Claro possuía, contando os clientes da Nextel, adquirida ano passado, 58,35 milhões de acessos no celular.

No mercado, a expectativa dos analistas é de que a venda da Oi Móvel movimente entre R$ 12 bilhões e R$ 18 bilhões, caso o ativo seja integralmente vendido – toda a carteira de clientes, espectro e infraestrutura.

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Rafael Bucco

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