Telecall disputa leilão 5G na Colômbia

Telecall, que trabalha no Brasil como habilitadora de MVNOs, no atacado e no mercado corporativo, apresentou pedido para participar do leilão de espectro 5G da Colômbia, que acontece em 20 de dezembro

leilao (freepik)

A operadora Telecall, que atua no Brasil como viabilizadora de operadoras virtuais, no mercado corporativo e em interconexão de rede em diversos países, apresentou lance no leilão de espectro 5G da Colômbia.

O Ministério das Comunicações do país, responsável por organizar a disputa, recebeu hoje, 14, às 16h, os envelopes com propostas de quatro interessadas no espectro: Comcel (Claro), Telecall Colombia, WOM e Telefónica consorciada com a Tigo.

Os envelopes permanecerão lacrados até 20 de dezembro, quando serão abertos, após análise da documentação das empresas. Em 4 de dezembro, o ministério vai dizer quais empresas tiveram a documentação homologada, e passarão ao leilão.

As faixas colocadas à venda são as de 700 MHz, 1,9 GHz, AWS estendida (1695-1710 MHz; 1755-1780 / 2155-2180 MHz), 2,5 GHz e 3,5 GHz. No caso da fixa de 3,5 GHz há quatro blocos de 80 MHz disponíveis, ao preço de reserva equivalente a R$ 389,7 milhões.

A Telecall apresentou interesse em participar da disputa pelos 10 MHz disponíveis na faixa de 700 MHz, segundo o site de notícias locais 360 Radio. Após a publicação deste texto, a empresa informou que não divulgou o lote de interesse.

A imprensa colombiana refere-se à entrada da Telecall na disputa com surpresa. Trata-se da única empresa nova na disputa. As demais concorrentes (Claro, Tigo e Telefónica Movistar, e WOM) já operam no mercado móvel local.

A disputa na Colômbia traz também obrigações. Estas diferem das que foram impostas no Brasil pela Anatel no leilão de 2021. Por exemplo, os colombianos estabelecem que as tecnologias devem atingir velocidades teóricas de pico conforme a frequência ou combinação de frequências. No caso do bloco de 10 MHz em 700 MHz, espera-se a entrega de velocidades pico (não em tempo integral) de 36,7 Mbps ao cidadão.  Quem comprar faixa de 3,5 GHz deverá entregar picos de 1 Gbps. E se comprar um bloco de 80 MHz em 3,5 GHz e mais 10 MHz em outra faixa mais baixa como as que estão à venda, deverá entregar picos de 1,16 Gbps.

Tirando isso, o edital traz também obrigações de cobertura em rodovias e em cidades, com qualidade determinada conforme a população, de forma muito semelhando à do leilão 5G brasileiro, mas menos severas.

Em 2024, por exemplo, será exigida aos compradores da faixa de 3,5 GHz instalação de uma estação a cada 100 mil habitantes em Bogotá e demais cidades com mais de 500 mil habitantes. Depois será exigida uma estação a cada 80 mil habitantes, e a cada 60 mil habitantes. A partir de 2027, as metas de cobertura passam a contemplar cidades com mais de 200 mi habitantes. Em 2030, será obrigatório ter uma estação a 40 mil habitantes.

Aqui no Brasil, as obrigações atingem também cidades com menos de 30 mil habitantes e chega-se à implantação de uma estação a cada 15 mil habitantes até julho de 2029.

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Rafael Bucco

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