Telebras espera iniciar operação da rede privativa em 2025
A Telebras trabalha com a expectativa de iniciar as operações da rede privativa fixa de comunicação da Administração Pública Federal até o final de 2025, apesar da incerteza sobre quando o governo vai apresentar as informações pendentes, que mapeiam os pontos de conexão. A expectativa foi compartilhada pelo diretor técnico operacional da estatal, Nauro Luiz Scheufler, durante painel do evento TechGov Fórum, realizado em Brasília nesta terça-feira, 2.
O prazo oficial de entrega da rede privativa é no primeiro trimestre de 2026, mas há tentativa de antecipar. Contando com uma margem de atraso, o Plano Plurianual (PPA) em vigor prevê a conclusão em 2027, antecipando as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul em 2026.
No entanto, o avanço do cronograma depende da indicação dos endereços por parte do governo federal, uma pendência que vem sendo cobrada desde o ano passado pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi).
A rede contará com cerca de 7 mil pontos de conexão – as unidades de serviço público que devem utilizar a rede privativa fixa. A definição desses endereços envolve a confirmação das localidades em todo o país.
Enquanto o mapeamento não fica pronto, a Entidade Administradora de Faixa (EAF) – que reúne as vencedoras do leilão do 5G, responsável pela construção da rede – já iniciou a aquisição dos equipamentos.
A Telebras, como operadora da rede privativa, vem participando de definições técnicas junto ao MCom e à EAF. Scheufler ressalta que o projeto conta com uma camada de criptografia, desenvolvida pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). “A Telebras foi convocada para fazer todos os testes e avaliações para poder encontrar equipamentos que sejam compatíveis com a criptografia do Estado, e isso também está em processo de aquisição pela EAF”.
O diretor técnico operacional da Telebras também reforçou que o governo estuda a implantação da rede móvel para além do DF, em um segundo momento.
Monitoramento de estabilidade
Ubirajara de Albuquerque Melo e Leite, gerente de Soluções de TI do Banco do Brasil, destacou a importância da rede privativa para a segurança das operações. Presente em mais de 5 mil unidades, a instituição conta com 49 contratos centralizados com empresas de telecom e outros 2,4 mil descentralizados. As empresas de última milha fornecedoras do BB são cerca de 1,6 mil.
Com a expansão e experiência na implementação de redes reforçadas com medidas de cibersegurança, o banco destaca que a principal demanda agora é por qualidade.
“Antigamente, a nossa dificuldade para chegar com conexão no país todo era uma questão de disponibilidade de canal. Uma vez que esse canal chegou, começamos a ter uma necessidade de estabilidade desse canal”, afirma Ubirajara.
Como alternativa para encontrar os melhores fornecedores, o gerente conta que o banco vem trabalhando em painel de monitoramento do desempenho das operadoras, com apoio do Serpro e compartilhamento de informações de outros órgãos que trabalham integrados, como Caixa e Correios, para verificar se as prestadoras entregam o que prometem.
Para Ubirajara, o aprimoramento da capacidade de conexão da Telebras também será valiosa para atender as agências bancárias, pois vem sendo necessário manter mais de um fornecedor. “No banco, uma certeza que você tem quando amanhece é que ou roubaram fibra ou rompeu [cabo] em algum lugar, e existe a necessidade de ter uma contingência, uma redundância”, explica.