TCU aprova novo modelo de outorga de serviços postais dos Correios
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o primeiro estágio do programa de outorga de serviços postais pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Nessa primeira fase serão selecionados 27 parceiros para operacionalizar os canais de atendimento “Correios Aqui – Unidade Modular” (CMD), em localidades desassistidas do serviço.
O modelo apresentado pela ECT consiste na seleção de permissionárias varejistas com vistas a compartilhamento da sua infraestrutura, experiência e recursos humanos para o desenvolvimento de suas atividades originais e prestação dos serviços postais. O projeto total prevê a instalação de até 1.579 unidades.
As unidades CMD funcionarão dentro das lojas dos parceiros selecionados (store in store) e poderão ter três faixas de receitas diferentes de R$ 1,3 milhão, R$ 900 mil e R$ 500 mil. A partir da estimativa da receita total de cada tipo de unidade e do seu crescimento ao longo do período contratual, foram calculados os percentuais de comissão específicos para cada tipo de serviço.
Um parceiro com a unidade de maior renda poderá receber comissão de até R$ 115,5 mil em um ano, com lucratividade variando de 2,59% a 10,65%. Enquanto o menor investimento para prestar o serviço chega a R$ 10,3 mil. O restante da receita será repassado aos Correios.
O TCU recomenda que os Correios acompanhem a evolução das CMDs para verificar se há receitas maiores do que as previstas. Nesse caso, para evitar a que se chegue a um VPL positivo, a recomendação é de que sejam contratadas novas unidades na localidade.
O processo de seleção foi aberto no final do ano passado, com previsão de abertura das propostas no dia 2 de maio. Entretanto, o processo foi paralisado pela justiça e o cronograma não deve ser atendido.
Esse novo modelo de negócio está inserido no Programa de Transformação dos Correios (Programa DEZem1), que, entre as suas várias vertentes, planeja um remodelamento dos atuais canais de atendimento da empresa. Pelos estudos realizados concluiu-se que: a) grande parte das agências próprias dos Correios geram prejuízo; b) o modelo atual de franquias não é adequado para mercados de pequeno porte; e c) existem lacunas tecnológicas que impactam a produtividade das agências.
Assim, explica a ECT que, seguindo uma tendência mundial, ao se buscar alternativas rentáveis para estar acessível à maior quantidade possível de clientes e proporcionar uma experiência diferenciada nas suas interações, a celebração de parcerias com a utilização de modelos de menor custo e de maior flexibilidade é uma das dimensões necessárias à melhoria da rede de canais dos Correios.