Surf Telecom vai ao leilão 5G, com ou sem IPO realizado

Disputa entre acionistas travou abertura de capital da operadora. O fundador, Yon Moreira, afirma que isso não impedirá a empresa de ofertar lances no próximo certame da Anatel.

 

A disputa envolvendo acionistas da Surf Telecom, que paralisou um processo de abertura de capital, não vai impedir a operadora de participar da próxima licitação de espectro da Anatel, o leilão do 5G – previsto para acontecer neste ano.

Yon Moreira, fundador da Surf Telecom, afirmou ao Tele.Síntese que a empresa vai disputar frequências, com ou sem IPO realizado. “Estaremos de novo no leilão do 5G com força e determinação. Os milhões de clientes da Surf, em mais de cinco mil municípios, esperam o provimento de tais serviços com qualidade e respeito. E isso reforça o propósito da Surf de inclusão digital”, resume.

Em entrevista concedida em fevereiro, o CTIO da empresa, Davi Fraga, já avisava que o dinheiro novo seria usado para a expansão da rede, fusões e aquisições.

Disputa com minoritário

A Surf Telecom pretendia realizar, ano passado, uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O minoritário, a empresa indiana Plintron Holdings, dona de cerca de 40% das ações, entrou com ação judicial, bloqueando a iniciativa.

O processo de IPO foi suspenso em agosto pelo juiz Eduardo Palma Pellegrinelli, da 1ª Vara Empresarial de Conflitos de Arbitragem.

Agora, a Surf tenta reverter a decisão. A empresa e a Maresias Participações, detentora da maior parte das ações da Surf, entraram com pedido no qual alegam haver irregularidades na representação processual da Plintron e aponta inconsistências na procuração adotada pela multinacional.

O pedido da companhia brasileira ainda aponta que houve alteração no controle da sócia indiana, o que invalida a procuração atual, que é de janeiro de 2019. Ou seja, datada de antes da troca no controle da multinacional.

O grupo Lycamobile passou a ter participação de 60% na Plintron Holding, entretanto, a Surf alega que não houve retificação da procuração à representante da multinacional no Brasil. Com isso, a atual representação não tem poderes para advogar em nome da Plintron.

“Nosso pedido é pela extinção do processo. O documento não tem validade”, diz Yon Moreira, fundador da Surf Telecom.

A Plintron Holding pagou US$ 4 milhões por uma fatia da Surf Telecom e ainda se comprometeu a realizar quase US$ 15 milhões de investimentos na empresa e assumir o controle da companhia no Brasil. Entretanto, a multinacional diz que a Maresias Participações tem retardado esse processo. Decisão entre as empresas deverá ser resolvida por meio de arbitragem.

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Da Redação

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