STM se une a iniciativa de Qualcomm, NXP e Infineon por chips RISC-V

Ainda na infância, RISC-V é arquitetura aberta de chips e poderá fazer frente no futuro ao ARM, design proprietário e onipresente nos celulares
Protótipo de arquitetura RISC-V (Foto: WikimediaCommons)
Protótipo de arquitetura RISC-V (Foto: WikimediaCommons)

A Superintendência-Geral do Cade aprovou, sem restrições, a entrada da STM (STMicroelectronics) no capital da joint venture Quintauris. A empresa foi criada por Bosch, Infineon, Nordic, NXP e Qualcomm – todas fabricantes estrangeiras de semicondutores – para desenvolvimento e comercialização de produtos baseados na arquitetura RISC-V.

A STM é uma empresa alemã, produz chips para sistemas de áudio automotivo, segurança veicular, controladores de energia, leitores NFC e sensores.

Já a Quintauris tem como objetivo desenvolver produtos para aplicações industriais, automotivas, e eventualmente para o mercado móvel e de internet das coisas, fazendo frente à hoje onipresente ARM, controlada pelo grupo japonês Softbank.

Diferente da ARM, a arquitetura RISC-V é aberta e foi criada nos Estados Unidos em 2010. Mas ainda há poucas invenções no padrão. O grupo de empresas espera, com a joint venture, mostrar as possibilidades dessa tecnologia.

Nenhuma das sócias da Quintauris têm o controle da empresa, que possui gestão autônoma, garantem. Até a entrada da STM, todos os fundadores tinham 20% do capital.

O negócio se dá todo lá fora – a Quinaturis também fica na Alemanha – e não afeta operações das acionistas no Brasil. Ainda assim, a STM pediu por cautela o aval do Cade, que concordou não haver risco concorrencial ao mercado brasileiro.

Em sua análise, a SG do Cade calcula que o mercado mundial de semicondutores dos quais as empresas sócias da Quintauris participam movimente de US$ 520 bilhões a US$ 545 bilhões ao ano. Cada uma das sócias têm menos 10% do mercado, enquanto combinadas na joint venture, terão entre 10% e 20%. “Abaixo de 30%, patamar a partir do qual se presume capacidade de fechamento de mercado”, avaliou Alexandre Barreto de Souza, Superintendente-Geral da autarquia.

A menos que haja recursos ou pedido de análise por integrante do Tribunal do Cade em 15 dias, o negócio estará automaticamente aprovado. O sinal verde da SG saiu hoje, 5, no Diário Oficial da União.

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Rafael Bucco

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