Startups criam plataformas para digitalização do agro

Representantes da AgroReceita, IMBR Agro, Weather Services e Sigria participaram do painel de encerramento do Agrotic e mostraram seus produtos
Pitch das Startups, no Agrotic 2022 - crédito: TV-Sintese
Pitch das Startups, no Agrotic 2022 – crédito: TV-Sintese

A digitalização do agro é uma tendência que passa pelo investimento das startups no setor. Isso ficou bem claro no painel de encerramento do Agrotic, nesta sexta, 13. Com a presença de representantes da AgroReceita, IMBR Agro, Weather Services e Sigria, o evento foi o veículo para apresentação de iniciativas e projetos para o setor.

A AgroReceita auxilia o agronegócio em questões legais e/ou burocráticas. O pacote de serviços, apresentado pela CEO Bruna Tilelli, inclui facilidade para emissão do receituário agronômico e consulta fitossanitária dos produtos agroquímicos registrados no Brasil.

A IMBR AGRO, representada por seu Head e cofundador Lucas Magro Koren, trabalha com a avaliação de risco para a agricultura. Sob o lema “Um novo olhar para o risco rural”, divide o que chama de Risco Operacional Rural em dados de mercado, dados agrometeorológicos e dados de manejo.

Daí vai para a análise do IMBR, que avalia comportamento agrometeorológico e mercadológico da safra nos últimos 10 anos, contou Koren.

O executivo relacionou empresas do setor financeiro que apoiam o projeto. Disse que o foco “não é deixar o produto mais barato, mas entender o risco para entender o preço”.

Aplicativo

Luiz Augusto Machado, diretor da Weather Services, contou que a startup – constituída em 2020 – criou um aplicativo, que espera colocar no mercado em agosto. A solução terá uma “assinatura mensal de baixo custo, tipo Netflix”, e funcionará nos sistemas Android e IOS.

O foco estará em estudos meteorológicos. Permitirá análises e registros de chuvas e climatologia em 12 meses e também uma previsão de três dias, permitindo controle do uso de água, entre outras coisas.

Novos produtos da Weather Services, monitoram a climatologia do talhão, com análise e registro de temperatura do ar e do NDVI (sigla em inglês para Normalized Difference Vegetation Index, ou, na tradução, Índice de Vegetação por Diferença Normalizada); e uma tendência sazonal de precipitação por 3 meses.

Machado deixou claro que, nesse caso, não é previsão de precipitação, mas uma tendência mesmo.

Foco no crédito

Já a Sigria tem foco no crédito rural. Yury Nepomuceno Duarte, cofundador, explicou que a startup tem como foco digitalizar e informar o setor.

“Trabalhamos com os desafios do crédito rural. Há dificuldade na aquisição de informação, e isso é um problema na hora de fazer uma análise de crédito. Gera lentidão na deliberação de resultados. Clientes já me disseram que perderam negócios por causa disso”, disse Duarte.

A Sigria, também criada em 2020, propõe, como solução, unificar o fluxo do campo até o credor. Com isso, consegue-se o gerenciamento do risco.

Toda a conexão de dados é feita por meio de uma plataforma digital. A partir daí é feita uma análise de dados para obtenção de crédito e também uma avaliação de parâmetros climáticos.

ESG

A proposta governamental de cadastramento dos produtores rurais de acordo com as práticas ambientais, sociais e de governança – indicadas pela sigla ESG – fez com que a Sigria criasse produtos ESG, como o Sigria Monitora. Dentro dele, foi desenvolvido um programa para acompanhar a evolução dos índices de vegetação das fazendas, monitorar sanidade das áreas de preservação ambiental, evitando fraudes; e sanidade das lavouras.

Outro programa ESG busca monitorar o retorno do investimento feito nas propriedades rurais e verificar possíveis deficiências produtivas, “sempre visando o crescimento sustentável”.

Segundo Duarte, a previsão é que os testes dos produtos ESG da Sigria sejam realizados em julho de 2022.

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José Norberto Flesch

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